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Folga financeira das famílias afundou para 6,1% em 2022

Subida de rendimentos aquém dos gastos consumiu taxa de poupança dos particulares, mas com final de ano a mostrar ligeira inversão.

A confiança das famílias continuou em queda em outubro, atingindo níveis do início da pandemia de covid-19.
Vincent Kessler/Reuters
24 de Março de 2023 às 12:31
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A taxa de poupança das famílias afundou de 9,9% para 6,1% no último ano, marcado por uma inflação média anual de 7,8% e por uma aceleração nas despesas das famílias que não foi compensada na evolução dos rendimento, avança nesta sexta-feira o INE.

 

A redução das poupanças ocorreu com uma subida de 12,5% nas despesa de consumo final das famílias, perante um crescimento no rendimento bruto disponível das famílias de 7,8%, mostram as contas das famílias publicadas pelo INE.

 

Os dados anuais refletem a disponibilidade ou necessidade de as famílias continuarem a gastar consumindo poupanças, alimentando desta forma a economia. Mas, os indicadores relativos ao quarto trimestre apontam já para alguma contenção, de resto esperada.

 

Em termos nominais e agregados, sem descontar o efeito da inflação na evolução do consumo, os gastos das famílias aumentaram 3% nos últimos três meses do ano, em cadeia. Já os rendimentos subiram mais: também em termos nominais, 3,3%, segundo o INE.

 

Cerca de 55% da evolução dos rendimentos é explicada pelo crescimento de salários (1,8 pontos percentuais dos 3,3% de subida), com as transferências sociais (líquidas de contribuições sociais) a pesarem também significativamente (0,9 pontos percentuais).

 

Mas no indicador mais adequado para medir a evolução de rendimento das famílias, a subida é bastante menor. O rendimento disponível bruto, ajustado para incluir benefícios com alguns bens ou serviços públicos adquiridos, considerado em termos per capita e descontando o impacto da inflação, subiu 0,6% (1,1% em termos anuais).

 

Já o consumo individual pesando a despesa das Administrações Públicas com bens e serviços que se destinam ao consumo das famílias, também deflacionado e expresso em valores per capita, aumentou 5,0% em termos anuais, segundo o INE.

 

O rendimento disponível bruto ajustado das famílias per capita estava no quarto trimestre em 18,3 mil euros.

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