Numa conferência de imprensa em Washington para apresentar as projecções económicas de primavera ("Outlook") do FMI, Decressin foi questionado sobre a decisão do Executivo de Mariano Rajoy de apresentar um orçamento com um objectivo para o défice acima do inicialmente acordado com a União Europeia.

"A Espanha precisa de um ajustamento orçamental", disse Decressin. "Creio que o Governo encontrou um equilíbrio correcto entre as políticas para o crescimento e a consolidação orçamental."

O funcionário do FMI acrescentou contudo que o Executivo "vai ter de fazer alguma coisa para reformar o mercado laboral".

Segundo o FMI, este ano a economia espanhola recuará mais 0,2 pontos do que inicialmente previsto para -1,8 por cento, com a recuperação em 2013 a ser de apenas 0,1% (abaixo dos 0,4 previstos em Janeiro).

Os dados hoje divulgados são especialmente negativos no que toca ao desemprego, com o FMI a prever que Espanha termine o ano com 24,2% de desempregados (eram 21,9 por cento no final de 2011), valor que cairá para 23,9% em 2013.

Para o conjunto da economia mundial, o FMI mostra-se ligeiramente mais optimista que no início do ano, projectando agora uma taxa de crescimento do PIB de 3,5% em 2012 e 4,1% em 2013. Para a zona euro, o Fundo prevê uma contracção de 0,3% este ano, seguida por um crescimento de 0,9% em 2013.