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FMI revê em alta projeção de crescimento da economia portuguesa este ano

Fundo Monetário Internacional estima que a recuperação económica na Zona Euro contribua para uma expansão da economia portuguesa. PIB deverá crescer 1,7% este ano e 2,1% no próximo. FMI vê inflação a abrandar para 2% em Portugal já em 2025 e prevê desemprego estável.

Lisboa arrecadou 33 milhões com a taxa turística em 2022.
João Cortesão
Joana Almeida JoanaAlmeida@negocios.pt 16 de Abril de 2024 às 14:00
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu esta terça-feira em alta as projeções de crescimento da economia portuguesa para este ano. Em vez dos 1,5% avançados em outubro, o FMI prevê agora que o produto interno bruto (PIB) português cresça 1,7% este ano. Já para 2025, estima que o PIB se expanda 2,1%. 

O otimismo do FMI é explicado pela expectativa de que a Zona Euro recupere do "fraco crescimento" registado em 2023. A atualização das perspetivas económicas mundiais aponta para um aumento PIB dos países da moeda única de 0,4% para 0,8% este ano, devido a "um consumo das famílias mais forte, diminuição dos efeitos do choque nos preços da energia e o crescimento do rendimento real com o recuo da inflação".

Ainda assim, em comparação com as previsões de janeiro, o FMI cortou em uma décima as projeções para a Zona Euro, dado que o ritmo de recuperação da Alemanha é "revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais". Apesar disso, o FMI assinala que a recuperação europeia vai permitir "melhorias em várias economias mais pequenas, incluindo a Bélgica e Portugal", que têm na Europa os seus principais parceiros comerciais.

Assim, com esta nova projeção, o FMI está mais otimista do que o Governo liderado por Luís Montenegro em relação ao crescimento deste ano, tendo por base o cenário macro que a Aliança Democrática apresentou no programa com que concorreu a eleições. Nesse documento, o Governo estima que a economia cresça 1,6% este ano, o mesmo que estima o Conselho de Finanças Públicas (CFP).

A previsão do FMI é, no entanto, mais cautelosa do que a do Banco de Portugal (BdP). O banco central liderado por Mário Centeno antecipa uma expansão económica de 2% este ano. Já a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) indicam que o crescimento não deverá ir além dos 1,2%.

A confirmar-se a projeção do FMI, Portugal deverá continuar a crescer acima da Zona Euro (0,8%). Aliás, entre os 20 países que adotaram a moeda única, Portugal terá o oitavo maior crescimento do PIB em 2024, a par com a Letónia (1,7%), ficando apenas atrás de Malta (5%), Croácia (3%), Chipre (2,7%), Lituânia (2,2%), República Checa (2,1%), Eslovénia e Grécia (ambos com 2%), e Espanha (1,9%).

Para o próximo ano, o FMI está ligeiramente menos otimista do que estava em outubro. As novas previsões apontam para que o PIB português cresça 2,1%, o que corresponde a menos uma décima do que tinha sido avançado na última projeção sobre a economia nacional.

Inflação nos 2% em 2025 e desemprego estável


Em relação à inflação, as perspetivas económicas do FMI revelam que o índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) deverá desacelerar de 5,3% em 2023 para 2,2% este ano, aproximando-se assim da meta de estabilidade definida pelo Banco Central Europeu (BCE). Em 2025, a entidade liderada por Kristalina Georgieva vê já o IHPC português a chegar aos 2%.

Na Zona Euro, a previsão é de que o IHPC abrande de 5,4% para 2,4% este ano, antes de desacelerar para 2,1% no próximo ano. 

Embora o processo de desinflação seja "encorajador", o FMI sublinha que ainda há caminho a percorrer até à meta dos 2%. "De forma algo preocupante, o progresso em direção às metas de inflação estagnou um pouco desde o início do ano. Este poderá ser um revés temporário, mas há razões para continuar vigilante", indica.

Já a taxa de desemprego deverá manter-se praticamente inalterada em Portugal. As previsões do FMI aponta para um ligeiro abrandamento da taxa de desemprego de 6,6% em 2023 para 6,5% este ano. Já no próximo ano, a expectativa é de que a taxa de desemprego não vá além dos 6,3%.
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