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FMI mantém previsão de crescimento mundial em 6% para este ano, mas com maior desigualdade

O Fundo Monetário Internacional (FMI) mantém a previsão de crescimento mundial de 6%, em 2021, mas alerta para o aumento das disparidades entre países e para a ausência de vacinas que abranda a recuperação dos países emergentes.

3.º FMI 2.814,0 toneladas de ouro
reuters
27 de Julho de 2021 às 15:50
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As economias mais desenvolvidas devem registar este ano um crescimento de 5,6% (mais 0,5 pontos do que o previsto em abril), de acordo com as novas previsões económicas do FMI divulgadas esta terça-feira.

Os países emergentes devem ter um crescimento forte, de 6,3%, mas as perspetivas são revistas em baixa (de 0,4 pontos), o que se deve principalmente à Índia, penalizada pela variante Delta da covid-19.

O aumento dos preços observado no mundo inteiro está ligado a fatores essencialmente temporários, salientou o FMI, advertindo, no entanto, para os riscos de esta inflação persistir mais do que o esperado.

"O acesso às vacinas tornou-se a principal linha de rutura que divide a recuperação mundial em dois blocos", sublinha o FMI.

De um lado, a maior parte das economias avançadas, que têm acesso a vacinas e "podem esperar uma normalização da atividade este ano".

Do outro, os países que têm pouco ou nenhum acesso e que "permanecerão confrontados com um ressurgimento de infeções e o aumento do número de mortes associadas à covid-19".

Perto de 40% da população das economias avançadas está completamente vacinada, contra 11% nas economias de mercado emergentes e uma pequena parte da população dos países de rendimentos mais fracos, explica o FMI, que propôs recentemente um plano de 50 mil milhões de dólares para vacinar pelo menos 40% da população mundial até ao fim do ano.

"Direi que estamos mais preocupados do que estávamos em abril", disse à AFP Petya Koeva Brooks, diretora-adjunta do FMI.

O aparecimento de variantes mais contagiosas pode custar 4,5 biliões de dólares à economia mundial até 2025, alerta Gita Gopinath, economista-chefe do FMI, num texto divulgado hoje.

Os Estados Unidos devem registar um crescimento de 7% este ano (mais 0,6 pontos) e de 4,9% em 2022 (mais 1,4 pontos) graças aos planos de investimento maciço em infraestruturas e despesas sociais que podem ser em breve adotados no Congresso. O FMI destaca que este vigor económico deve ter repercussões positivas nos seus parceiros comerciais.

Na zona euro, o plano de relançamento "Next Generation" deve também estimular o crescimento, que deve atingir 4,6% em 2021 (mais 0,2 pontos). A situação deve igualmente ser melhor do que o previsto no Reino Unido, com um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de 7% (mais 1,7 pontos).

Na Índia, o crescimento esperado é de 9,5% (menos três pontos) e na China é de 8,1% (menos 0,3 pontos).

Gita Gopinath sublinha que "alguns mercados emergentes como Brasil, Hungria, México, Rússia e Turquia começaram também a subir as suas taxas de juro diretoras para travar a pressão de subida dos preços".

O FMI apela aos bancos centrais para manterem o apoio à economia e para não restringirem as suas políticas de imediato, considerando que "a inflação deve regressar aos níveis registados antes da pandemia na maior parte dos países em 2022", apesar do risco de as pressões transitórias poderem tornar-se mais persistentes".

O FMI espera para as economias desenvolvidas uma inflação de 2,4% em 2021 (mais 0,8 pontos) e de 5,4% (mais 0,5 pontos) nos países em desenvolvimento.

"A inflação deve continuar elevada até 2022 em alguns mercados emergentes e economias em desenvolvimento, em parte devido à pressão contínua sobre os preços dos alimentos e depreciações da moeda", segundo a economista-chefe do FMI.

O comércio internacional também deve ter um crescimento de 9,7% em 2021 (mais 1,3 pontos).

Para 2022, a previsão de crescimento mundial do PIB subiu para 4,9% (mais 0,5 pontos).


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