Notícia
Fitch antecipa dificuldades económicas e falta de confiança dos mercados em 2012
A zona euro continuará a enfrentar dificuldades financeiras e económicas significativas em 2012, num cenário de falta de confiança dos mercados e de desaceleração económica, agravada pelas necessidades de financiamento da dívida, segundo um responsável da Fitch.
19 de Janeiro de 2012 às 10:23
Ed Parker, director gerente de 'ratings' soberano da agência de notação, admite que as soluções a ser implementadas na Europa -- que definiu como a "terceira via" -- não ofereceram uma resolução "compreensiva" da crise mas sim um caminho "progressivo" que afectará o crescimento.
Parker, que falava em Madrid numa conferência sobre as previsões de crédito para 2012, referiu que continuam a sentir-se "elevadas pressões na economia e no sistema financeiro da zona euro", algo patente na divergência que continua a existir nos custos da dívida.
Uma situação que, este ano, é especialmente preocupante porque "os requisitos de financiamento da dívida soberana da zona euro são muito elevados", ascendendo a 2 biliões de euros, sendo que metade desse valor é em países "com 'ratings' negativos ou em perspectiva negativa".
Parker considerou que as sucessivas cimeiras europeias "não conseguiram encontrar uma solução compreensiva para a crise da zona euro" e que a situação actual se vê agravada pela queda no crescimento económico e pelos riscos -- paliados em parte pelas recentes decisões do BCE -- de uma situação de 'credit cruunch' [crise do crédito] na zona euro.
"Os líderes europeus não conseguiram criar uma 'firewall' financeira credível para travar a crise de dívidas soberanas ou para mudar o sentimento dos investidores. Os instrumentos de estabilização criados tiveram apenas um impacto limitado na resolução da crise", sublinhou.
Parker considerou que o Banco Central Europeu (BCE) pode ter um papel crucial na resolução da crise, destacando o impacto positivo do recente instrumento de liquidez para o sistema financeiro europeu "ainda que a liquidez mais valiosa esteja a ser depositada no BCE em vez de circular na economia".
"O BCE tem também o seu programa de compra de dívida soberana nos mercados secundários, mas tem sido demasiado pequeno e intermitente para ter um impacto conclusivo nos juros das dívidas soberanas", considerou.
"Os mercados estão à espera que a zona euro acorde numa mutualização da dívida soberana, à espera de uma reconstituição das garantias. Sem isso continuarão a ter medo das dívidas soberanas e de um potencial de 'default' [incumprimento] na zona euro", disse ainda.
O responsável da Fitch refere que parte do problema se deve à forma como a crise está a ser combatida, com os "países em crédito na zona euro, como a Alemanha, a não quererem fazer um cheque em branco a governos em quem não confiam em termos da sua disciplina fiscal", exercendo mais pressão para o controlo das contas públicas.
"O problema é que o êxito desta terceira via demorará muito tempo e até isso acontecer os mercados continuarão a duvidar, os juros continuarão levados e isso afectará as capacidades de um crescimento sustentável que é vital como solução para a crise", considerou.
Parker, que falava em Madrid numa conferência sobre as previsões de crédito para 2012, referiu que continuam a sentir-se "elevadas pressões na economia e no sistema financeiro da zona euro", algo patente na divergência que continua a existir nos custos da dívida.
Parker considerou que as sucessivas cimeiras europeias "não conseguiram encontrar uma solução compreensiva para a crise da zona euro" e que a situação actual se vê agravada pela queda no crescimento económico e pelos riscos -- paliados em parte pelas recentes decisões do BCE -- de uma situação de 'credit cruunch' [crise do crédito] na zona euro.
"Os líderes europeus não conseguiram criar uma 'firewall' financeira credível para travar a crise de dívidas soberanas ou para mudar o sentimento dos investidores. Os instrumentos de estabilização criados tiveram apenas um impacto limitado na resolução da crise", sublinhou.
Parker considerou que o Banco Central Europeu (BCE) pode ter um papel crucial na resolução da crise, destacando o impacto positivo do recente instrumento de liquidez para o sistema financeiro europeu "ainda que a liquidez mais valiosa esteja a ser depositada no BCE em vez de circular na economia".
"O BCE tem também o seu programa de compra de dívida soberana nos mercados secundários, mas tem sido demasiado pequeno e intermitente para ter um impacto conclusivo nos juros das dívidas soberanas", considerou.
"Os mercados estão à espera que a zona euro acorde numa mutualização da dívida soberana, à espera de uma reconstituição das garantias. Sem isso continuarão a ter medo das dívidas soberanas e de um potencial de 'default' [incumprimento] na zona euro", disse ainda.
O responsável da Fitch refere que parte do problema se deve à forma como a crise está a ser combatida, com os "países em crédito na zona euro, como a Alemanha, a não quererem fazer um cheque em branco a governos em quem não confiam em termos da sua disciplina fiscal", exercendo mais pressão para o controlo das contas públicas.
"O problema é que o êxito desta terceira via demorará muito tempo e até isso acontecer os mercados continuarão a duvidar, os juros continuarão levados e isso afectará as capacidades de um crescimento sustentável que é vital como solução para a crise", considerou.