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Finerge compra cinco parques eólicos à Onex Renewables, que os adquiriu à EDP por 548 milhões

A Onex comprou este portefólio eólico à EDP Renováveis em 2021 (o negócio ficou concluído em janeiro de 2022), estando agora a vender a totalidade do seu capital. Estes ativos estão cobertos por tarifas 'feed-in' durante 18 anos.

22 de Março de 2023 às 13:25
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A Finerge anunciou esta quarta-feira a assinatura de um contrato de compra e venda com a Onex Renewables para adquirir um portefólio de energia eólica com uma capacidade total de 221,4 MW, localizado em Portugal e composto por cinco parques eólicos localizados nos distritos da Guarda, Coimbra, Leiria e Viseu. A transação está ainda sujeita às habituais autorizações por parte das autoridades competentes, frisou a produtora de energias renováveis em comunicado.

Com uma idade média de 2,4 anos, estes ativos eólicos são dos mais recentes a operar em Portugal, mas estão ainda abrangidos por tarifas garantidas de venda de energia à rede (no âmbito dos polémicos concursos eólicos promovidos pelo Governo de José Sócrates). 

A Onex comprou este portefólio à EDP Renováveis em 2021 (tendo o negócio ficado concluído em janeiro de 2022), estando agora a vender a totalidade do seu capital, "com o objetivo de acelerar o investimento na unidade de desenvolvimento entre 2023 e 2025". De acordo com informações disponíveis no site da Onex, estes ativos estão cobertos por tarifas 'feed-in' durante 18 anos e o valor que a empresa pagou na altura à EDP Renováveis para comprar os cinco parques eólicos foi de 548 milhões de euros, numa transação assessorada pela JP Morgan e pelo banco Santander. 

Com a concretização desta compra, o objetivo da Finerge é acelerar a sua expansão no mercado ibérico (de acordo com o plano da operação de refinanciamento no valor de 2,3 mil milhões de euros concluída em 2022), "através de um crescimento inorgânico que aumentará a capacidade instalada para 1,8 GW", indica o mesmo documento. 

"Este negócio coloca-nos um passo à frente no nosso plano estratégico, possibilitado pela recente operação de refinanciamento. Também complementará esforço para construir projetos 'greenfield' [de raiz], que acelerarão em 2023", disse Pedro Norton, CEO da Finerg, no mesmo comunicado. 

Recentemente, a Finerge revelou ao Negócios que em 2023 vai arrancar com a construção de 15 projetos que já estão numa fase avançada de desenvolvimento, num total de nova capacidade de 335 MW.  Nove destes projetos são de energia eólica e outros seis de energia solar, com conclusão prevista entre o final de 2023 e meados de 2024. No total, vão contribuir para aumentar a capacidade instalada da Finerge que neste momento se situa nos 1.592 MW: 1.342 MW em Portugal e 250 MW em Espanha. A empresa opera atualmente 70 centrais eólicas e 17 parques solares, em cerca de 47 concelhos portugueses e três províncias espanholas.

Neste momento, a produtora de energia renovável na Península Ibérica tem também quatro projetos de sobreequipamento eólico em construção, com 84,2MW de capacidade, que entrarão em operação ainda no primeiro semestre de 2023.

A venda deste novo portefólio eólico de 221,4 MW à Finerge contou com o Santander Corporate & Investment Banking como assessor financeiro exclusivo da Onex Holding Renwwables, naquela que foi a "principal operação de Fusões & Aquisições de ativos renováveis em Portugal desde janeiro de 2022", indicou o banco também em comunicado. 

Abdellah Belhadj Hamlili, administrador da Onex, explicou no mesmo comunicado veiculado pelo Santander que "desde a aquisição em 2021 [destes parques eólicos em Poirtugal], investimos em vários ativos operacionais na Península Ibérica e neste momento estamos totalmente dedicados ao desenvolvimento dos nossos projetos em países como Itália, Espanha e Portugal, bem como em geografias da Europa Central e de Leste".

Com escritórios em França, Dubai, Luxemburgo e Iraque, a Onex dá conta de investimentos na Europa na ordem dos 600 milhões de euros, um portefólio de 277 MW na Península Ibérica e ainda um pipeline de projetos em exclusividade de 500 MW. Trata-se de uma holding privada de investimentos em infraestruturas, focada em setores estratégicos como energia, 'utilities', logística, telecomunicações e imobiliário.
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