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Exportações e importações de bens afundam pelo terceiro mês consecutivo em junho

Os dados do INE revelam que as exportações de bens caíram 3,4% em junho, enquanto as importações afundaram 7,6%. Este o terceiro mês de quebra nas trocas comerciais. Sem considerar os produtos petrolíferos, houve uma subida tanto nas exportações como nas importações. Défice da balança comercial diminuiu 496 milhões de euros.

A exportação de bens atingiu um peso de 33,9% do Produto Interno Bruto em 2022. Somando os serviços, a proporção atinge 50%.
Paulo Duarte
09 de Agosto de 2023 às 11:20
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As exportações de bens caíram 3,4% em junho, em termos nominais (que não excluem os efeitos da inflação), segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. A par com as exportações, também as importações de bens contraíram 7,6%, sendo este o terceiro mês de quebra nas trocas comerciais. 

Desde abril que as exportações e importações de bens têm registado variações negativas. Em maio, as exportações tinham já afundado 7,3% face a igual período do ano anterior e as importações caíram 4,2%. As quedas devem-se sobretudo à descida dos preços das mercadorias, o que faz com que as exportações e importações, cujas variações são apresentadas em termos nominais, recuem. 

Os dados do INE mostram que, em junho, o índice de valor unitário (preços) dos bens exportados caiu 4,8%, o que significa que, em média, os produtos exportados por Portugal estão agora 4,8% mais baratos do que há um ano. Já nas importações, a queda dos preços dos bens importados foi ainda mais significativa: 9,1% em junho.

Excluindo os produtos petrolíferos, as exportações registaram ainda uma ligeira subida de preços, de 0,4%, enquanto as importações caíram 2,6%. Há um ano, os preços dos bens exportados estavam a subir 13,7% e os das importações 15,7%. 

Entre os produtos comercializados, salientam-se decréscimos de 41% nas exportações e de 47,4% nas importações de combustíveis e lubrificantes. O INE diz que essas quedas refletem "descidas nos preços, mas também um efeito base, dado que em junho de 2022 se tinham registado aumentos significativos nas transações destes produtos, antecipando a escassez e subida de preços perspetivadas pelo conflito na Ucrânia".


Sem contar com os combustíveis e lubrificantes, houve um aumento de 1,1% nas exportações e 2,7% nas importações. 


Contas feitas, o défice da balança comercial diminuiu 496 milhões de euros face a junho do ano passado, atingindo 2.122 milhões de euros. Excluindo combustíveis e lubrificantes, o défice aumentou 136 milhões, totalizando 1.522 milhões de euros.

Primeiro trimestre de perdas no comércio internacional
No segundo trimestre deste ano, as exportações diminuíram 4,9%, em termos nominais, e as importações caíram 6,1%, em comparação com igual período do ano anterior. Nos primeiros três meses do ano, as exportações registaram um crescimento homólogo de 3,3% e as importações cresceram 0,8%.

O INE revela ainda que os resultados definitivos de 2022 mostram que as transações de produtos de alta tecnologia representaram 5,2% das exportações totais de bens do ano passado e 10,4% das importações. Em comparação com 2021, as exportações de bens de alta tecnologia aumentaram 0,5 pontos percentuais, enquanto as importações de bens de alta tecnologia caíram 0,2 pontos percentuais. 

(Notícia atualizada às 11:36)

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