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Excedente comercial em 2012 será o primeiro desde a II Guerra (act)

Portugal deverá registar um superavit das balanças corrente e de capital em 2013. Mas já este ano, o excedente na balança de bens e serviços será positivo. A confirmarem-se estes valores, será a primeira vez desde 1943 que tal acontece.

10 de Julho de 2012 às 13:03
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O Banco de Portugal espera que, este ano, o saldo entre compras e vendas de mercados e serviços ao exterior permita financiar a economia portuguesa em 0,4% do PIB, um valor que subirá para 2,5% em 2013. Este contributo explica que no próximo ano, o saldo externo global chegue também a terreno positivo, um facto que nunca ocorreu nos últimos 69 anos. A balança corrente e de capital registará um excedente de 0,8% do PIB.

Segundo um esclarecimento do Banco de Portugal, desde 1943 que a economia portuguesa não vende mais ao exterior do que compra. 1942 e 1941, anos de plena II Guerra Mundial, altura em que as vendas de volfrâmio em Portugal dispararam, também a economia portuguesa registou um excedente comercial.

“A evolução projectada para as componentes da procura agregada implica uma redução substancial das necessidades de financiamento externo da economia portuguesa, medidas pelo saldo da balança corrente e de capital, o qual deverá tornar-se positivo em 2013”, lê-se no boletim económico do Banco de Portugal, onde se sublinha a relevância deste indicador: “Esta evolução é fundamental para assegurar o regresso da posição de investimento internacional a uma trajectória sustentável, assegurando condições de solvabilidade intertemporal da dívida externa”.

Concorrem para este efeito a depressão da procura interna e logo das importações, mas também um desempenho positivo das vendas ao exterior. O BdP sublinha que as empresas portuguesas estão a reagir à queda da procura interna com um esforço adicional na frente externa: “A informação disponível aponta para ganhos de quota no período mais recente atribuíveis, inter alia, a um esforço acrescido de procura de novos mercados por parte das empresas portuguesas de bens transaccionáveis, num quadro em que o ajustamento da procura interna é percebido pelos agentes residentes como permanente”, escreve o BdP que acrescenta: “Neste contexto, admite-se que este padrão tem ainda margem para um aprofundamento adicional, pelo que a actual projecção tem implícitos ganhos adicionais de quota de mercado das exportações portuguesas em 2012 e 2013”.

As compras ao exterior também ajudam: “as importações de bens e serviços registaram uma queda em termos homólogos num contexto em que as empresas deverão ter continuado a ajustar as existências para níveis mais compatíveis com a procura esperada”, interpreta o Banco de Portugal. Depois de uma queda de 5,2% no ano passado, o BdP espera que as importações recuem 6,2% este ano, voltando a terreno positivo em 2013.

O INE revelou hoje que as exportações portuguesas aumentaram 6,5% no trimestre terminado em Maio, período em que as importações baixaram 9,5%, o que permitiu uma melhoria da taxa de cobertura para 80,7%.

(notícia actualizada às 19h15 com último ano em que Portugal registou um excedente comercial)



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