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Excedente comercial da China com EUA atinge novo máximo em Agosto

Os analistas esperam que o comércio externo da China seja afectado no segundo semestre devido à guerra comercial com os Estados Unidos.

A moeda chinesa arrastou as bolsas de todo o mundo no Verão de 2015. Na madrugada de 10 para 11 de Agosto, o Banco Popular da China anunciou a maior desvalorização do yuan desde os anos 90, ao mesmo tempo que flexibilizava a cotação da sua divisa. A decisão fez tremer os mercados, uma vez que os investidores começaram a ter dúvidas sobre a real saúde da economia chinesa. A desvalorização foi entendida como um sinal de preocupante debilidade, como que numa tentativa de evitar que a sua desaceleração após um crescimento em torno de dois dígitos resultasse numa recessão.
Praticamente todo o mês de Agosto foi de queda nas bolsas, tendo a sessão de dia 24 sido apelidada de 'segunda-feira-negra', uma vez que se viveu 'mini-crash'. No dia seguinte, a China voltou a intervir para tentar travar a espiral de queda nos mercados e o banco central avançou com o quinto corte de juros desde Novembro de 2014, numa tentativa de estimular a economia. Resultou: as bolsas mundiais dispararam, a corrigirem da pior sessão em sete anos.
Reuters
08 de Setembro de 2018 às 12:54
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O excedente da balança comercial da China com os Estados Unidos subiu em Agosto para um novo máximo, de 31,06 mil milhões de dólares (26,7 mil milhões de euros), numa altura em que estes países enfrentam uma guerra alfandegária, avança a agência Lusa.


Segundo dados divulgados este sábado pela Administração-geral das Alfândegas da China, este excedente subiu 18,7% face ao período homólogo, tendo também aumentado comparativamente a Julho deste ano, em resultado das exportações daquele país asiático.


As exportações subiram, assim, 5,4% para 10,34 mil milhões de yuans (1,3 mil milhões de euros) entre Janeiro e Agosto deste ano em relação ao mesmo período de 2017, enquanto as importações subiram 13,7% para 9,09 mil milhões de yuans (1,15 mil milhões de euros).


Por seu lado, o comércio externo daquela que é a segunda maior potência económica do mundo, a China, subiu 9,1% neste período, alcançando os 19,43 mil milhões de yuans (2,45 mil milhões de euros).


Os analistas esperam, contudo, que o comércio externo da China seja afectado no segundo semestre deste ano, em resultado da guerra comercial com os Estados Unidos.


Há três semanas, entraram em vigor novas taxas alfandegárias de 25% sobre parte das importações oriundas dos Estados Unidos e da China, penalizando principalmente bens industriais, incluindo tractores, tubos de plástico ou instrumentos de medição.


Como medida de retaliação, a China impôs taxas semelhantes aos produtos oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis.


Esta guerra comercial começou em Julho passado, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas adicionais de 25% sobre um conjunto de produtos chineses.


A primeira ronda de taxas afectou sobretudo os sectores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, demonstrando que Washington quer impedir Pequim de competir, no futuro, naqueles sectores de alto valor agregado.


Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos Estados Unidos, afectando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump.


Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou mais de 8%, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12%.


Esta sexta-feira, Donald Trump voltou a ameaçar a China com taxas adicionais, num valor de 267 mil milhões de dólares (230 mil milhões de euros), que se somariam aos 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) impostos desde Julho passado e aos 200 milhões de dólares (172 mil milhões de euros) que a administração norte-americana está a preparar.


No ano passado, os Estados Unidos importaram um total de 505 mil milhões de dólares (435 mil milhões de euros) da China.


"Estou a ser duro com a China porque tenho de ser. Estão a arrecadar [mais de] 500 mil milhões de dólares daqui. Não posso deixar que isso aconteça", vincou Donald Trump numa declaração feita na sexta-feira.

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