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Ex-director do MAI implica funcionários públicos

Pedido de prisão domiciliária foi negada a João Correia. Antigo director-geral do MAI foi apanhado em escutas a dar instruções a antigos subordinados, mesmo depois de ter sido despedido, de acordo com o jornal Sol.

Negócios 10 de Outubro de 2014 às 11:46
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João Correia, antigo director-geral do Ministério da Administração Interna (MAI) que foi despedido por suspeitas de viciar concursos públicos, foi apanhado em escutas telefónicas a tratar dos esquemas de favorecimento que conduziram à sua demissão. Com esses telefonemas, feitos já depois de ter sido exonerado, João Correia acabou por implicar outros funcionários públicos.

 

A notícia é avançada esta sexta-feira 10 de Outubro pelo jornal Sol, que avança que foram estas escutas que levaram o tribunal a negar o pedido de anulação da prisão preventiva em que João Correia se encontra, por considerar que só ficando privado da liberdade é que o suspeito fica impedido de contactar com a rede de influências que montou.

 

Segundo o semanário, sem saber que já estava a ser vigiado, João Correia, que esteve quatro anos à frente da Direcção-geral da Infra-estrutura e Equipamento (DGIE), continuou a dar instruções a vários funcionários do MAI com o objectivo de não deixar de continuar a usufruir economicamente do esquema que tinha montado e de camuflar o que tinha feito, segundo o Ministério Público.

 

A 11 de Março, o antigo responsável, que é também líder de um grupo de elite maçónico, o Clube 50, foi apanhado a dizer a um chefe de divisão de Obras da DGIE que iria dar o seu contacto a uns empresários para que conversassem e visse "o que podem fazer".

 

Dois dias depois de ter saído, foi também detectado um telefonema para a directora jurídica do DGIE, Luísa Sá Gomes, onde João Correia dava instruções sobre o que fazer para resolver o problema de umas obras num edifício da PSP do Porto que se realizaram sem contrato.

 

As investigações do Ministério Público estender-se-ão ainda ao Instituto de Construção e Imobiliário, que poucos dias antes de João Correia ter sido demitido, emitiu um parecer legal onde validava os procedimentos do antigo responsável. 

 

João Correia fez 57 ajustes directos entre 2011 e 2014 em edifícios da PSP, GNR e antigos governos civis. Entre as suspeitas que recaem sobre si está a partição de despesa para contornar limites de gastos que impõem o recurso a concursos públicos na contratação de empreitadas, início de obras antes de contratos celebrados e combinação prévia de empreiteiros vencedores, tal como o Negócios avançou em Fevereiro. 

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