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Eurogrupo diz que comemoração dos 20 anos do euro "testemunha unidade" europeia

Para o Eurogrupo, a passagem das então 12 moedas nacionais para o euro foi "única" e agora, no contexto da revisão das regras orçamentais comuns, é preciso "garantir que as políticas orçamentais e económicas da área do euro se adequam ao seu propósito num ambiente alterado e respondem aos desafios futuros".

Apesar das perspetivas de mudanças na estratégia dos bancos centrais, os juros das obrigações soberanas no euro mantêm juros muito baixos.
Pedro Elias
31 de Dezembro de 2021 às 15:50
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O Eurogrupo assinalou os 20 anos do euro, que ocorrem no sábado, refletindo sobre os objetivos alcançados com a introdução da moeda comum, considerando-a um "testemunho da unidade" europeia e defendendo a adequação à era digital.

"Amanhã [sábado], há 20 anos, cerca de 300 milhões de europeus tinham uma moeda totalmente nova nas mãos, o euro. De Lisboa a Helsínquia e Atenas, os cidadãos puderam retirar notas de euro nas caixas multibanco locais, comprar mantimentos com moedas de euro e viajar para o estrangeiro sem trocar moeda", refere o artigo dos ministros das Finanças da zona euro, divulgado esta sexta-feira.

A passagem das então 12 moedas nacionais para o euro, é sublinhado no documento, "foi uma operação única na história: o Banco Central Europeu imprimiu mais de 15 mil milhões de notas de euro e cerca de 52 mil milhões de moedas foram cunhadas antes de 01 de janeiro de 2002".

"Com base na expansão do Mercado Único, o euro tornou-se uma das conquistas mais tangíveis da integração europeia, juntamente com a livre circulação de pessoas, o programa de intercâmbio de estudantes Erasmus ou o levantamento das tarifas de roaming na União Europeia (UE)", indica o Eurogrupo.

Os ministros das Finanças e membros da Comissão Europeia que dirigem a política económica da zona euro identificam, nesta retrospetiva, "algumas prioridades para o futuro" da moeda comum".

"Com o grande entusiasmo dos seus primórdios, o euro cresceu e tornou-se na segunda moeda mais usada no mundo. A nossa moeda compartilhada continua muito popular - cerca de 80% dos cidadãos pensam que o euro é bom para a UE - e a área do euro continuou a expandir-se, dos 11 membros iniciais, para 19 países hoje, e mais em vias de aderir ao próximos anos", dizem.

Segundo o documento, "quando chegou à adolescência, houve uma perceção mais ampla entre os Estados-membros e as instituições de que a arquitetura do euro não foi originalmente projetada para responder ao choque sísmico da crise financeira global e subsequente crise da dívida soberana".

"Isto levou à reforma do quadro de governação da área do euro, o estabelecimento de um mecanismo de apoio conjunto para países em dificuldades financeiras e um sistema de supervisão comum para os bancos europeus: um reconhecimento de que a solução tinha de ser encontrada numa maior coordenação e integração mais profunda", sublinhou o Eurogrupo.

No seu entender, essas crises iniciais permitiram ao euro amadurecer e fortalecer o seu papel internacional, e até "ajudaram muito na atual pandemia" de covid-19: "A sua natureza sem fronteiras revelou tanto a profundidade de nossa interdependência quanto a força de nossa unidade."

Perante um aumento do impacto da crise pandémica, a resposta foi, acrescenta, "uma ação política muito mais rápida, decisiva e coordenada, em contraste com choques anteriores", e que, juntamente com a implementação das vacinas contra a covid-19, "ajudou a área do euro a recuperar rapidamente dos efeitos económicos da pandemia".

"Precisamos de acompanhar a inovação e promover o papel internacional do euro. O próprio euro deve ser adequado à era digital. É por isso que apoiamos e contribuímos para o trabalho em curso do Banco Central Europeu sobre o formato digital da nossa moeda", dizem os ministros, referindo-se ao futuro da moeda comum.

A zona euro, consideram, também deve ser reforçada com uma união bancária fortalecida, o desbloqueio de novas oportunidades de recuperação e crescimento económico, assim como o reforço os mercados de capitais.

"Os níveis de investimento têm estado muito baixos por muito tempo: devemos investir fortemente e de forma sustentável nas nossas pessoas, infraestrutura e instituições", defendem, referindo ainda que se deve garantir a sustentabilidade fiscal à medida que a população está a envelhecer.

Para o Eurogrupo, no contexto da revisão das regras orçamentais comuns, é preciso "garantir que as políticas orçamentais e económicas da área do euro se adequam ao seu propósito num ambiente alterado e respondem aos desafios futuros".

"À medida que o mundo se recupera da pandemia, devemos agora combinar os nossos esforços e recursos para colher os benefícios de um mundo em rápida digitalização e enfrentar a emergência climática [...]. A nossa moeda comum é um esforço coletivo sem precedentes e um testemunho da unidade que sustenta a nossa União", afirma.
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