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Estudo europeu alerta que China "está a comprar a Europa"

A China "está a comprar a Europa", replicando a estratégia seguida em África, alerta um estudo europeu divulgado hoje em Pequim.

21 de Setembro de 2011 às 09:49
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"Outrora um grande mas distante parceiro comercial, a China também é agora um poderoso actor dentro da própria Europa", afirma o estudo, assinado por três investigadores do European Council on Foreign Relations (ECFR).

A Europa não é uma fonte de matérias-primas, mas "possui tecnologias avançadas que interessam à China" e, além disso, "necessita de dinheiro a curto prazo", o que a China parece possuir em grande quantidade.

Há cinco anos - salienta o estudo - o investimento chinês na Europa somava 1.300 milhões de dólares (948 milhões de euros): em 2011, aquisições de empresas chinesas em Espanha, Hungria e Noruega excederam, cada uma delas, aquele montante, salienta.

Entretanto, um fabricante automóvel chinês, a Gelly, sediado em Hangzhou, leste da China, comprou a Volvo e empresas chinesas de transportes "estão a comprar, alugar ou a gerir portos, aeroportos e bases logísticas através do continente europeu", exemplifica o estudo.

Os autores do estudo - François Godement, Jonas Parello-Plesner e Alice Richard - defendem, contudo, que a Europa "não deve recorrer ao proteccionismo", mas reclamar "reciprocidade".

"A Gelly pode comprar a Volvo, mas a Volvo não poderia comprar a Gelly", observou Jonas Parello-Plesner num encontro com jornalistas e diplomatas na Embaixada da Dinamarca em Pequim, promovido pelo FCCC (Foreign Correspondente Club of China).

O estudo alerta que "enquanto competem uns com os outros para atrair investimentos chineses, os países europeus reduzem a capacidade de negociar colectivamente o recíproco acesso aos mercados chineses".

"Os europeus não devem culpar a China por aproveitar a oportunidade para expandir a sua influencia dentro da Europa (...) Devem, antes, unir-se para que as empresas europeias possam competir na China da mesma maneira que as companhias chineses competem na Europa", preconiza o estudo.

Em 2010, a China tornou-se a segunda maior economia do mundo, ultrapassando o Japão, e as suas reservas em divisas atingiram em Junho passado cerca de 3,2 biliões de dólares (2,34 biliões de euros), mais 30,3 por cento que um ano antes.

Criado em 2007, o European Council on Foreign Relations assume-se como "o primeiro think-tank pan-europeu" e a sua direção inclui, entre outros, Javier Solana, Emma Bonino Joschka Fischer e Timothy Garton Ash.
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