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Espanha reforça blindagem de empresas estratégicas ao investimento estrangeiro
O governo espanhol vai ter a última palavra em investimentos que traduzam uma posição superior a 10% do capital das empresas espanholas em setores estratégicos.
O governo espanhol decidiu reforçar a blindagem das empresas estratégicas do país para evitar que investidores estrangeiros tirem partido da descida das ações neste contexto de pandemia.
No conselho de ministros desta terça-feira o Executivo aprovou um decreto-lei que inclui a necessidade de autorização prévia para os investimentos diretos superiores a 10% do capital realizados por parte de estrangeiros incluindo de outros países da União europeia e da Associação Europeia de Livre Comércio, que compreende o Reino Unido e a Suíça.
Esta medida junta-se ao anterior decreto, aprovado em março, que já exigia o aval do governo para investimentos iguais ou superiores a 500 milhões de euros em empresas espanholas, sejam elas cotadas ou não.
O objetivo do Executivo liderado por Pedro Sánchez é que, num cenário de descidas na bolsa e de quebra na avaliação dos ativos espanhóis, seja o governo a ter a última palavra perante a possibilidade de uma OPA de empresas estrangeiras ou fundos soberanos sobre empresas nacionais em setores estratégicos como as telecomunicações, a energia ou a banca.
Em declarações à rádio Onda Cero esta quarta-feira, a ministra da Economia Nadia Calvino explicou que o aumento das restrições à propriedade estrangeira de empresas estratégicas faz parte de um conjunto mais alargado de medidas para proteger as empresas locais do impacto da pandemia da covid-19.
A nova regra estará em vigor até 30 de junho do próximo ano.