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Ernâni Lopes diz que «Portugal não tem uma elite dirigente»

A crise orçamental que Portugal está a viver desde há alguns anos é apenas um sintoma de uma crise económica estrutural profunda, disse hoje o economista Ernâni Lopes, num almoço da ACEGE, em Lisboa.

12 de Julho de 2006 às 16:25
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A crise orçamental que Portugal está a viver desde há alguns anos é apenas um sintoma de uma crise económica estrutural profunda, disse hoje o economista Ernâni Lopes, num almoço da ACEGE, em Lisboa.

«Uma crise que se afigura duradoura e cujo tempo de persistência não é previsível», argumentou. Por isso, na sua opinião,  o País não se deve iludir com pequenas alterações circunstanciais de alguns indicadores.  Um «festival de alegria irresponsável» porque não são essas melhorias que inverterão o «rumo das coisas», sublinhou o economista.

Frente a essa exigente realidade, Ernâni Lopes defendeu que cada português deve abandonar a «esterilidade do lamento» e agir com convicção e esforço.

Além disso, Portugal deve organizar um «movimento discreto e perseverante de formação de elites», inclusive de uma elite dirigente, que «não temos». Uma tarefa que poderia ser levada à cabo por uma Academia de Cidadania.

O ex-ministro das Finanças do Governo do Bloco Central advogou mais uma vez que o País deve apostar em cinco «domínios com potencial estratégico» (turismo, ambiente, cidades e desenvolvimento, serviços de valor acrescentado e um «hypercluster» da economia do mar).

«Se nos conseguirmos afirmar em pelo menos três já estamos bem». Além disso, disse que Portugal deve definir o seu papel geoestratégico na triangulação Europa/África/Brasil.

A concluir o seu discurso, Ernâni Lopes recordou que o País só tem uma saída: «Aumentar a riqueza».

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