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Erdogan consegue vitória esmagadora porém não atinge maioria absoluta

O partido do primeiro-ministro turco Recep Tayip Erdogan, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), não atingiu a maioria absoluta nas eleições que se realizam ontem na Turquia.

13 de Junho de 2011 às 11:00
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Os resultados das eleições na Turquia, segundo a agência Reuters, indicaram que o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) do primeiro-ministro Erdogan obteve 49,9% dos votos, o que atribui ao novo governo a necessidade de consultar a oposição para proceder a alterações da constituição.

"O povo enviou-nos uma mensagem para construir a nova Constituição através do consenso e da negociação", disse no discurso de vitória, feito numa varanda da sede do seu partido na capital, Ancara. "Vamos discutir a Constituição com os partidos da oposição", prometeu.

O AKP conseguiu mais votos ontem do que nas últimas eleições em 2007, em que tinha obtido 46,3%. Porém, devido às novas regras de cálculo dos deputados, o partido perdeu assentos no Parlamento, ficando agora com 325 deputados.

Na legislatura anterior tinha 331, mais um do que o mínimo de 330 para fazer alterações constitucionais sem consultar a oposição.

A necessidade de alterar a Constituição, que ainda é a mesma após o golpe militar de 1980, é consensual entre os partidos. “Mas a oposição temia que o chefe do Governo aproveitasse esta alteração para fazer com que o país passasse para um sistema presidencialista”, refere o Público.

Erdogan diz que nova maioria absoluta do AKP contribui para a paz mundial

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, classificou ontem a sua vitória nas legislativas turcas, com maioria, como uma contribuição "para a paz, a justiça e a estabilidade na região e no mundo".

Em declarações a partir da varanda da sede do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamistas moderados) em Ancara, Erdogan, que lidera o AKP desde 2001, disse que a sua formação política conseguiu "algo muito peculiar" na história da democracia turca: conseguir pela terceira vez o poio do povo.

"Quem venceu foi sem dúvida a Turquia, quer quem votou no AKP ou não. A Turquia e a democracia venceram outra vez", afirmou o chefe do governo turco.

"Abre-se à Turquia uma página nova e limpa. O novo governo do AKP está de novo no poder para os 74 milhões de turcos, não apenas para aqueles que votaram no AKP", acrescentou Erdogan.

"A época dos grupos golpistas ficou lá atrás", declarou o primeiro-ministro reeleito, numa alusão às intervenções militares do passado na Turquia.

Perante uma multidão que agitava bandeiras do partido, Erdogan disse que "Gaza, a Palestina e Jerusalém também ganharam hoje" com a vitória do seu partido.

O AKP esperava obter uma maioria de dois terços (ou seja pelo menos 367 deputados) para modificar, sem mais negociações, a constituição herdada do golpe militar de 1980.

Os 325 deputados nem chegam aos 330 necessários para submeter a referendo qualquer alteração à Lei Fundamental turca.

Mas Erdogan prometeu que iria "tentar obter o mais alargado consenso" com os partidos da oposição e com a sociedade civil com vista a redigir "uma nova constituição liberal e digna da Turquia".

A segunda força mais votada nas legislativas turcas foi o Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), agora principal partido da oposição com 25,9% dos votos, seguido dos nacionalistas do MHP com 13%.



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