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EPAL: Pensões condicionam resultados

- Resultados decrescem com custos de transição de regime do plano de complementos de pensões - Capacidade de pagamento extraordinária a curto prazo e forte a médio e longo prazo

07 de Agosto de 2007 às 10:44
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Emitente

E.P.A.L. - Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A.

Operações

1) Papel Comercial até 12 500 000 euros (doze milhões e quinhentos mil euros)
2) Empréstimo Obrigacionista Simulado – 25 000 000 euros (vinte e cinco milhões de euros)

Notações

1) A-1+, com tendência estável
2) A+, com tendência estável

Data das Notações

23 de Julho de 2007

Na opinião da Companhia Portuguesa de Rating, S.A. (CPR) a E.P.A.L. - Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A. (EPAL), com base na responsabilidade do Estado Português (enquanto accionista único indirecto), possui uma extraordinária capacidade de pagamento das obrigações decorrentes das emissões ao abrigo do programa de papel comercial aqui sujeito a follow-up, pelo que lhes mantém a notação A-1+, com tendência estável. Esta notação tem como pressuposto a manutenção da posição accionista do Estado na AdP e a posição accionista desta na EPAL numa percentagem não inferior a 90,0%.

No que diz respeito ao empréstimo obrigacionista simulado a CPR, considerando como pressuposto que o Estado Português, no âmbito de uma operação de privatização em moldes a definir, deixe de ser o accionista único indirecto da Empresa no prazo de duração da operação, é da opinião de que a EPAL mantém uma boa aptidão para cumprir as suas obrigações, embora o seu equilíbrio financeiro apresente alguma vulnerabilidade a condições adversas de conjuntura, pelo que mantém a notação A+ a esta operação, com tendência estável.

Consumo de água diminui

Em 2006 o volume de água facturada pela EPAL acentuou a tendência de quebra iniciada em 2005, na sequência da situação de seca, mas o aumento do número de clientes e a actualização tarifária permitiram manter o volume de negócios em 137,4 M€. Um aumento de 0,1% nos custos operacionais e, sobretudo, um decréscimo dos proveitos operacionais diversos levaram a uma redução de 2,5% no resultado operacional da EPAL em 2006 (para 34,4 M€). Acresce a esta evolução, um aumento significativo dos custos financeiros (decorrente do aumento da dívida para financiamento dos investimentos e, em menor escala, do aumento das taxas de juro) e o registo de um custo extraordinário de 7,7 M€ de custos de transição de regime do plano de complementos de pensões, o que levou a um decréscimo de 31,4% no resultado líquido da EPAL (para 16,3 M€).

Reflectindo a manutenção de um forte esforço de investimento e de uma elevada taxa de distribuição dos resultados, a estrutura financeira da EPAL continuou a enfraquecer em 2006, com uma redução da autonomia financeira de 47,6% no fim de 2005 para 46,4% no fim de 2006.

PRINCIPAIS INDICADORES DA EPAL
               
    2002 2003 2004 2005 2006  
               
     
MILHÕES DE METROS CÚBICOS    
Volume de Água Captada (1+2)   266,0 266,7 268,8 255,4 244,4  
Volume de Água Não Facturada (1)   46,6 44,9 45,8 37,9 33,9  
Volume de Água Facturada (2)   219,4 221,8 223,0 217,6 210,4  
     
MILHARES DE EUROS    
Volume de Negócios   127 839 134 063 139 556 137.385 137.360  
Resultados Operacionais   26 780 31 402 36 438 35.251 34.372  
Resultado Líquido   9 378 20 436 26 024 23.788 16.329  
Meios Disponíveis para Decisões Estratégicas   41 602 56 053 46 602 54.560 46.517  
Meios Libertos para Accionistas e Credores    (7 578) 11 045 4 704  (5 579)  (11 149)  
     
PERCENTAGEM    
ROE   3,0 6,4 8,1 7,3 4,9  
Autonomia Financeira   51,9 48,7 47,7 47,6 46,4  
               
Notas: Podem existir pequenas diferenças decorrentes de arredondamentos.
            Contas com ajustamentos efectuados pela CPR para efeitos de análise.
Fonte: E.P.A.L. - Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A.. 

Dívida continuará a aumentar

Para 2007 a EPAL prevê retomar a tendência de crescimento do volume de negócios, mas, ao mesmo tempo, prevê que o seu resultado operacional continue a diminuir, reflectindo sobretudo a previsão de aumento das amortizações com a conclusão do projecto de ampliação do subsistema de abastecimento de Castelo do Bode. Apesar desta previsão e da perspectiva de continuação de aumento dos custos financeiros (na sequência principalmente da contratação de nova dívida de médio e longo prazo), o resultado líquido da EPAL deverá melhorar em 2007, dado o referido custo extraordinário registado em 2006.

Para o período de 2007 a 2011 a EPAL tem um plano de investimentos de 337,4 M€ (beneficiação e substituição das instalações), prevendo-se a continuação da tendência de enfraquecimento da estrutura financeira da EPAL.

Nota: Os ratings da CPR não constituem recomendações para comprar ou vender. Esta nota não dispensa a leitura do relatório.

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