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Empresas e cidadãos dão cor ao voluntariado

Mais de noventa colaboradores de 21 empresas associadas do GRACE juntaram-se para "Pintar Voluntariado".

Empresas e cidadãos dão cor ao voluntariado
10 de Fevereiro de 2011 às 14:48
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Mais de noventa colaboradores de 21 empresas responderam ontem à chamada do GRACE para dedicarem um dia ao Ano Europeu do Voluntariado, pintando telas alusivas ao tema no Metro da Baixa/Chiado, que serão leiloadas para angariação de fundos, depois de percorrerem o país numa exposição itinerante. Em entrevista ao VER, Conceição Zagalo, presidente do GRACE, sublinha “a crescente adesão por parte dos quadros de topo das empresas”: a presença de vários administradores e CEO de grandes empresas provam que “o voluntariado e o altruísmo são cada vez mais evidentes ao nível das lideranças”

A estação de Metro da Baixa/Chiado, em Lisboa, ganhou ontem uma nova vida, mais colorida. Mais de noventa colaboradores de 21 empresas associadas do GRACE - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, parceiro do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV), juntaram-se para “Pintar Voluntariado”.

Empresas como o Grupo Auchan, Banco Rothschild, Citi, Danone, Edifer, GRAFE, H Tecnic - Construções, Lda., IBM, BMS, Essilor, Pousadas de Portugal, Vieira de Almeida & Associados, NYSE Euronext, CAOS, Fundação PT, Eurest, Miranda Correia Amendoeira & Associados, Montepio, Pfizer, Jones Lang LaSalle, Linklaters, Young Network, conviveram ao longo do dia com os milhares de utentes do Metro de Lisboa, que tiveram também a oportunidade de participar nesta iniciativa, respondendo ao desafio de darem cor e forma ao voluntariado.

As telas pintadas estarão expostas hoje no Fórum Picoas e deverão ser integradas, posteriormente, numa exposição itinerante que percorrerá o território nacional, e que irá culminar num leilão de angariação de fundos.




















Em entrevista ao VER, Conceição Zagalo, presidente do GRACE, defende que também em voluntariado, nomeadamente no âmbito da Responsabilidade Social que cabe às empresas, “podemos e devemos inovar”. A também directora da Divisão de Marketing Comunicação e Cidadania e membro do Conselho Directivo da IBM Portugal considera que o voluntariado na área da cultura cultural permite “registar para a história empenhos e atitudes das empresas e dos seus colaboradores”, incluindo os gestores de topo que, cada vez mais, participam em directo nas acções voluntárias.


Como nasceu a ideia de assinalarem o arranque do AEV com uma acção de proximidade?
Nasceu precisamente por uma questão de proximidade. Esta iniciativa é uma das muitas que o GRACE vai levar a efeito em parceria com o Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV), em Ano Europeu. Trata-se de uma parceria que resulta um pouco das actividades que temos vindo a desenvolver nos últimos anos, na área do voluntariado, como o projecto G.I.R.O. – GRACE Intervir Recuperar e Organizar e as acções de partilha de conhecimento e de competências. Acredito que as coisas funcionam quando há uma moeda de troca. Este percurso do GRACE deu razão de ser ao CNPV para que nos batesse à porta propondo-nos uma participação activa no AEV, enquanto grupo que reúne um elevado número de empresas associadas. Daí até à nossa presença no arranque das comemorações do AEV em Valência, no ano passado, ou até à nossa participação no Roadshow Europeu que, em forma de Feira do Voluntariado, no Fórum Picoas, assinala o arranque das comemorações deste Ano em Portugal, e até termos sido convidados a integrar a Comissão de Acompanhamento deste Ano, foi um saltinho.

A escolha do GRACE por esta acção em concreto – o “Pintar Voluntariado” deu-se porque acreditamos que também em voluntariado, nomeadamente no âmbito da Responsabilidade Social que cabe às empresas, podemos e devemos inovar. Afinal, se já fazemos voluntariado de recuperação de espaços e de partilha de conhecimento e de competências, porque não fazermos voluntariado na área da cultura, que permita registar para a história empenhos e atitudes das empresas e dos seus colaboradores? É assim que surge esta ideia de “pintar” este Ano Europeu, de pintar vida para a vida, de pessoas para pessoas. O nosso objectivo foi desenvolver uma iniciativa que chegasse a muita gente, em sítios de passagem de grandes massas, como é o Metro (que apoiou desde logo a acção) e demais transportes públicos. São locais de eleição para este tipo de evento, já que permitem sensibilizar um número significativo de pessoas para a importância crescente que este tema assume, no que concerne o sucesso de colaboradores e organizações.



Estão a participar no “Pintar Voluntariado” mais de vinte empresas, que disponibilizaram cerca de noventa colaboradores para serem voluntários neste dia. Qual é a importância de envolver o tecido empresarial neste tipo de acção?
Temos hoje aqui representadas 21 empresas associadas do GRACE que responderam à chamada. Por princípio lançamos uma iniciativa e divulgamo-la junto dos nossos associados e é curioso verificar que, evento após evento, maior é o número de respondentes num prazo mais curto: é um sintoma de que o tema faz sentido, é estratégico e é motivador, pois produz, de facto, resultados muito bons no seio das empresas.

Perspectivámos o “Pintar Voluntariado” para um número mais baixo de adesões, mas no próprio dia em que lançámos o convite tivemos algumas adesões, e poucos dias depois tínhamos 21 empresas a aderirem com 91 colaboradores. Posso dar o exemplo da minha empresa, pois é aquela cuja estrutura conheço: no início da semana passada já os meus colegas que se haviam voluntariado me estavam a pedir para eu ver o desenho que tinham preparado para hoje passar a tela. Portanto, as pessoas não só aderiram, como se envolveram comprometendo-se desde a primeira hora. Prova disso é verificarmos que apenas uma hora após o início da actividade, algumas telas já estão pintadas de um modo elaborado, o que demonstra que os colaboradores traziam já a acção na razão e no coração.




Acredita que essa adesão crescente se prende com a actual conjuntura de crise? Sente que as empresas e os seus colaboradores se solidarizam mais com as situações de maior vulnerabilidade?

Sim mas não só, necessariamente. Julgo que, desde que o GRACE começou a tomar mais corpo e a reunir um maior número de [empresas] aderentes, organizando-se de uma forma mais dinâmica, com uma direcção mais concisa e consistente, todos nós ficámos concertados e vocacionados para a execução de projectos, o que nos caracteriza, enquanto estrutura empresarial. De resto, é uma questão de exemplo. Bons exemplos geram bons exemplos. A verdade é que, com todo o mérito que as anteriores direcções do GRACE tiveram, até porque desbravaram caminho, esta Direcção (eleita em Dezembro de 2008), arrancou já em estado de graça, com alguns dos trilhos percorridos. Portanto, encetámos o nosso plano de actividades muito direccionados para a execução.

Tivemos depois algumas boas oportunidades que aproveitámos, como a comemoração do 10º aniversário do GRACE e a consolidação do Grupo numa nova perspectiva. Em resultado, foi possível, em ano de crise, reunirmos um grande número de novas adesões. De uma forma ou de outra, as empresas vêem neste tipo de iniciativa uma óptima forma de terem colaboradores sistematicamente motivados para a acção em prol das comunidades onde estão envolvidas.


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