Notícia
Eduardo Cabrita acusa Liga dos Bombeiros de pôr em causa a segurança dos portugueses
Ministro da Administração Interna diz que suspensão da informação a comandos distritais é "irresponsável" e "ilegal".
O ministro da Administração Interna reagiu este domingo com indignação à decisão da Liga dos Bombeiros Voluntários de suspender toda a informação operacional aos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS).
É "absolutamente irresponsável" e "põe em causa a segurança dos portugueses", afirmou Eduardo Cabrita, na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil.
Para o ministro a decisão de não reportar a informação "põe em causa a coordenação de meios" e que o reporte de ocorrências terá agora de se fazer a partir do 112. Eduardo Cabrita considerou ainda a decisão da Liga dos Bombeiros "ilegal".
O Conselho Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários (LBP) aprovou "por unanimidade e aclamação de pé" suspender toda a informação operacional aos Comandos Distritais de Operações de Socorro (CDOS) a partir das 24:00 de ontem.
O Conselho Nacional "solicitou de imediato" a todas as associações e corporações de bombeiros voluntários que, a partir desta data, cumpram "a decisão tomada legitimamente" por este órgão, lê-se ainda no comunicado assinado pelo presidente da LBP, Jaime Marta Soares.
Ao início da tarde de sábado, em declarações aos jornalistas, em Santarém, o presidente da LBP já tinha anunciado que a Liga iria "abandonar de imediato" a estrutura da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), um "corte radical" de protesto contra os diplomas sobre as estruturas de comando aprovados pelo Governo.
Segundo Jaime Marta Soares, de imediato, os bombeiros deixam de participar na estrutura da ANPC, "não ouvindo nada do que dizem os CODIS (comandantes distritais operacionais)", bem como em todos os eventos em que estejam representantes desta entidade ou membros do Governo, podendo mesmo "não participar no dispositivo dos incêndios florestais".
Em causa estão as propostas aprovadas pelo Governo em 25 de Outubro na área da protecção civil, com a maior contestação centrada nas alterações à lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergências e Protecção Civil, futuro nome da actual ANPC, reivindicando a LBP uma direcção nacional de bombeiros "autónoma independente e com orçamento próprio", um comando autónomo de bombeiros e o cartão social do bombeiro.
Marta Soares assegurou que esta atitude dos bombeiros não porá em causa a segurança e o socorro aos portugueses, garantindo que estes continuarão a funcionar "exatamente na mesma".