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Edmund Phelps diz que a retoma dos EUA vai "perder gás"

A retoma económica dos Estados Unidos vai provavelmente "perder o gás", uma vez que vai na direcção de um menor crescimento de longo prazo e de maior desemprego do que na década anterior, segundo o economista Edmund Phelps.

06 de Novembro de 2009 às 14:46
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A retoma económica dos Estados Unidos vai provavelmente "perder o gás", uma vez que vai na direcção de um menor crescimento de longo prazo e de maior desemprego do que na década anterior, segundo o economista Edmund Phelps.

A economia norte-americana “está instável, mas a conseguir recuperar”, afirmou em entrevista à Bloomberg TV o laureado com um Nobel em 2006. “Estamos já a assistir a uma forte retoma, mas penso que esta vai perder o gás”, acrescentou.

A taxa de desemprego nos EUA disparou para o nível mais alto dos últimos 26 anos, nos 10,2% em Outubro, quando estava estimada uma subida para os 9,9%, contra 9,8% no mês precedente. Além disso, o número de assalariados diminuiu mais do que o esperado pelos economistas, segundo os dados hoje divulgados.

Apesar de a economia ter registado o maior crescimento em dois anos no terceiro trimestre, isso não altera o facto de a economia ter perdido o seu “dinamismo”, salientou Phelps à Bloomberg TV.

No médio prazo, a taxa de desemprego norte-americana poderá fixar-se entre 6% e 7,5%, previu aquele economista. No entanto, essa média comparará com uma média de 4,9% entre 1997 e 2007.

De qualquer das formas, a redução da taxa de desemprego não deverá ser para breve. As empresas libertaram-se de grande parte da sua força de trabalho e vão continuar assim durante mais um bom período de tempo, na opinião de Phelps.

O economista considera, assim, que a economia dos EUA acabará por perder algum fôlego, dado que se dirige para um “novo normal”, o de menor crescimento e maior desemprego. Pelo menos nos tempos mais próximos.

A expressão “novo normal” foi criada por dois gestores do fundo Pimco, Bill Gross e Mohamed El-Erian, e significa “uma nova realidade de longa duração”.

Phelps acrescentou ainda que o pacote de estímulo governamental fez sentido no pico da crise, mas considera que agora já não faz tanta falta. “Naquela situação, fez perfeito sentido o governo lançar alguns estímulos orçamentais. Mas agora estamos num equilíbrio. Não gostamos dele, é um mau equilíbrio, mas já não é correcto dizer que há um desequilíbrio entre a oferta e a procura”, concluiu na entrevista à Bloomberg TV.

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