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Economistas do FMI preveem que pressões salariais vão persistir na Europa

Num artigo publicado no blog do FMI, vários economistas consideram que a recuperação económica da Europa está a receber o impulso necessário com o aumento dos salários e dos rendimentos mais elevados.

Em 64 dos 111 casos analisados, a inflação foi controlada em cinco anos.
Yuri Gripas/Reuters
08 de Novembro de 2023 às 09:48
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As pressões salariais na Europa deverão persistir no futuro próximo, preveem economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) num artigo publicado esta quarta-feira, assinalando divergências entre os países no crescimento dos salários.

Num artigo publicado no blog da instituição, os economistas do FMI Chikako Baba, Ben Park, Ippei Shibata e Sebastian Weber consideram que a recuperação económica da Europa está a receber o impulso necessário com o aumento dos salários e dos rendimentos mais elevados.

No entanto, alertam que "nos países onde o envelhecimento da população está a reduzir a força de trabalho, os decisores políticos poderão em breve enfrentar novos desafios".

"As pressões salariais de curto prazo poderão combinar-se com a restritividade de longo prazo nos mercados de trabalho para alimentar pressões inflacionistas", pode ler-se.

Os economistas consideram que "é pouco provável que as pressões salariais diminuam tão cedo", justificando que "as tendências de longo prazo já estão a comprimir a oferta de trabalho (total de horas trabalhadas)".

"A demografia e as semanas de trabalho mais curtas significam que os empregadores enfrentam uma concorrência feroz para encontrar trabalhadores qualificados e têm de pagar mais para os reter", explicam.

Os economistas assinalam ainda que, "após dois anos de queda do poder de compra, não é surpreendente que os trabalhadores europeus estejam a pressionar por mais salários".

"Os salários nominais aumentaram 4,5% na zona euro e mais de 10% noutras partes da Europa no primeiro semestre deste ano. Salários mais elevados ajudam a aliviar as pressões sobre o custo de vida e apoiam a expansão económica", referem.

O artigo dá nota ainda que "o crescimento dos salários diferiu entre os países", apontando que "em grande parte das economias avançadas da Europa, os salários têm de subir ainda mais antes de alcançarem os preços, o que significa que é provável que a pressão para aumentos salariais persista".

"Na Europa Central, do Leste e do Sudeste, o crescimento dos salários foi mais rápido e acompanhou os preços. Esta região registou um elevado crescimento salarial no passado, mas nessa altura o crescimento da produtividade também foi forte. Hoje está fraco. Isso significa que novos aumentos salariais elevados prejudicariam a competitividade", explica.

Os economistas consideram ainda que "os bancos centrais devem estar atentos aos riscos ascendentes para a inflação e monitorizar de perto os acordos salariais e a sua consistência com as tendências de produtividade", já que "uma divergência acentuada seria preocupante".

"A combinação de políticas monetária e orçamental deve continuar adequadamente restritiva para trazer a inflação de volta ao objetivo", referem.

Por outro lado, defendem que as reformas estruturais para aumentar a produtividade estão a tornar-se críticas.
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