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Draghi deverá resistir à introdução de estímulos para a crise europeia

Mario Draghi preside hoje à sua primeira reunião do BCE, tentando obter o consenso por parte dos 23 membros da instituição em relação à política a seguir, perante a crise europeia.

03 de Novembro de 2011 às 10:10
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O novo presidente do BCE (Banco Central Europeu), Maria Draghi, que hoje preside pela primeira vez à reunião do grupo, deverá relembrar aos investidores que o papel da instituição não é socorrer os governos, afastando estímulos para ajudar a travar os efeitos da crise.

Num dia em que os investidores aguardam o primeiro discurso do novo governador da autoridade monetária europeia, a expectativa é que Draghi resista à pressão para o BCE assumir um papel mais activo na compra de dívida dos chamados países periféricos.

Em relação aos juros, a perspectiva é que a entidade mantenha a sua taxa directora inalterada em 1,5%, de acordo com os economistas questionados pela agência Bloomberg.

Esta pressão acrescida sob o BCE surge depois de ontem a União Europeia ter anunciado a suspensão imediata do programa de auxílio à Grécia. De acordo com Nicolas Sarkosy, presidente da França, o país não receberá nada, caso chumbe o novo programa para o país, podendo mesmo precipitar a saída da Grécia do euro.

“O referendo não vai resolver nada mais do que uma questão: Quer a Grécia continuar no euro, sim ou não?”, adiantou ontem a chanceler alemã, Angela Merkel. Também o presidente francês já admitiu que, caso se realize, o referendo, se joga a continuidade do país na Zona Euro.

Perante este clima de incerteza, o ministro das finanças irlandês, Michael Noonan, afirmou em entrevista a uma rádio do país, que o BCE precisa “ir ao mercado e dizer’temos uma parede de liquidez aqui e não importa quanta especulação exista, vamos continuar a comprar obrigações italianas e qualquer outras obrigações do euro que estejam ameaçadas”.

O italiano Mário Draghi tem assim que tentar obter o consenso dos 23 membros do BCE, que já mantêm posições divergentes em relação ao programa de compra de obrigações da instituição, actualmente em 173,5 mil milhões de euros.
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