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Draghi cancela viagem aos EUA devido a "pesada carga de trabalho"

Presidente do BCE deveria participar na conferência anual de Jackson Hole que arranca nesta sexta-feira com uma intervenção de Ben Bernanke. Agenda pesada levou-o a cancelar a deslocação.

28 de Agosto de 2012 às 11:50
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O presidente do Banco Central Europeu (BCE) foi forçado a cancelar a sua participação na conferência que anualmente reúne, em Jackson Hole, banqueiros e economistas para falar de política monetária.

A justificação é a agenda “pesada” que o espera deste lado do Atlântico, onde se antecipa um Outono quente, com decisões cruciais sobre a Grécia e Espanha, mas também em torno das novas modalidades de intervenção do BCE no mercado secundário, que poderão ser anunciadas na primeira semana de Setembro.

Num comunicado enviado a agências de notícias, um porta-voz do BCE refere que Mário Draghi “esperava poder assistir” ao simpósio que é anualmente organizado em Jackson Hole pela Reserva federal do Kansas, mas decidiu cancelar a viagem devido “à pesada carga de trabalho prevista para os próximos dias”. O mesmo porta-voz precisou que nenhum membro da comissão executiva do BCE assistirá à conferência.

Esta teria sido a primeira participação de Draghi em Jackson Hole. Estava prevista a sua intervenção num painel neste sábado, 1 de Setembro. O presidente do BCE tem presença marcada junto da comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu na segunda-feira, dia 3, e na quinta-feira, 6 de Setembro, realiza-se o encontro mensal do Conselho de Governadores em que deverá ser discutido um novo papel para o BCE no combate à crise do euro – novo papel que deverá ser rapidamente testado no caso de Espanha pedir um empréstimo para garantir as suas necessidades de financiamento (além do já acordado para a banca).

A expectativa é que o BCE defina um valor ou (com maior probabilidade) um intervalo de variação das taxas de juro (“yields”) associadas à dívida pública que poderá desencadear uma intervenção sua no mercado secundário. O objectivo é tentar aligeirar os custos de financiamento de um país do euro que se considere estar a ser exagerado e indevidamente pressionado pelos investidores, e que peça formalmente assistência aos seus parceiros – o que significará submeter-se a um programa de ajustamento previa e mutuamente acordado.

Espanha e Itália, pesos pesados do euro, estão desde há longos meses sob pressão dos mercados, com as taxas de juro no secundário a rondarem 6%-7% nos prazos a 10 anos. Ambos queixam-se de estar a ser penalizados pelo risco de a união monetária se desfazer, pelo que se têm batido para que o banco central tenha um papel mais activo no sentido de lhes aliviar as condições de financiamento. Até porque a Zona Euro não dispõe de recursos minimamente suficientes para os financiar na íntegra durante alguns anos, dispensando os mercados financeiros, como está a ser feito com Portugal, Irlanda e Grécia.


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