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Desemprego em França cai e arrasta mercados
A taxa de desemprego em França registou uma queda para os 11% no mês de Outubro, o valor mais baixo dos últimos sete anos. Face à elevada confiança demonstrada pelas empresas no crescimento futuro...
A taxa de desemprego baixou assim, surpreendentemente, para os 11%, o valor mais baixo desde Janeiro de 1993, e que representou uma descida de 0,1% face a Setembro deste ano. De acordo com um analista, «o crescimento económico verificado na Europa está a criar mais e mais emprego», estimando que a taxa de desemprego francesa possa mesmo cair para os 10,9% em Dezembro e para 10,3% no final do próximo ano. O aceleramento económico verificado em França, nomeadamente em sectores como as telecomunicações, computadores e alguns serviços relacionados com estas indústrias, assim como os incentivos governamentais à criação de emprego, são apontados como as principais causas para esta redução da taxa de desemprego.
Mas se por um lado estas são boas notícias para a economia, por outro, para os mercados financeiros, as consequências não são tão positivas. Este forte crescimento económico é considerado por alguns analistas como um sinónimo de pressões inflacionistas, que poderá vir a ser comprovado já na próxima divulgação do índice de preços do consumidor (IPC). Um maior poder de compra é sinónimo de um aumento dos preços, ou seja, da existência de pressões inflacionistas, que poderão conduzir a um novo aumento das taxas de juro do curto prazo por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Aliás, a reacção hoje dos principais mercados accionistas europeus a estes números divulgados em França não se fez esperar, com todos a transaccionarem no vermelho. Em Paris, o CAC40, o principal «benchamark» desta praça, registava mesmo a maior queda do dia, 1,26%. No entanto, segundo o mesmo analista, «também a depreciação verificada no Euro face ao dólar, poderá levar o BCE a optar por um novo aumento das taxas de juro ainda antes do final do ano», um factor que também tem implicações negativas nos mercados accionistas.
Face a este cenário de receio de um novo aumento do custo do dinheiro, todos os principais mercados financeiros europeus negociavam esta manhã no vermelho, com quebras superiores a 1%. Lisboa não era excepção, com o BVL30 e o PSI, os dois principais índices nacionais, a perderem 1,04 e 1,1%, respectivamente.