Notícia
Descida do euro poderá salvar a Zona Euro?
O banco mais antigo de Genebra, Lombard Odier, tem vindo a aconselhar os seus clientes reduzirem a sua exposição à moeda única. O banco advoga a inviabilidade da união monetária nos termos em que a conhecemos, enquanto outros especialistas já indicam que o crescimento das exportações, suportado pela queda da divisa europeia, pode salvar o euro.
25 de Maio de 2010 às 09:32
O banco mais antigo de Genebra, Lombard Odier, tem vindo a aconselhar os seus clientes reduzirem a sua exposição à moeda única. O banco advoga a inviabilidade da união monetária nos termos em que a conhecemos, enquanto outros especialistas já indicam que o crescimento das exportações, suportado pela queda da divisa europeia, pode salvar o euro.
O chefe de investimento do Lombard Odier, Paul Marson, diz que apesar de o pacote de ajudas de 750 mil milhões de euros servir de “rede de segurança” para os bancos alemães e franceses, não tem as características de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional, que tipicamente exige consolidação orçamental. Assim, os desequilibrios da Zona Euro persistem e a moeda torna-se inviável.
Já o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O’Neill, disse que “o que esta crise fez, foi livrar-nos da sobreavaliação do euro, que ironicamente, ajuda ciclicamente a melhorar as perspectivas para as exportações”, segundo a Bloomberg. “E para a Alemanha em particular, é de facto uma grande vantagem, assumindo que o mundo não colapsa”, conclui.
A ilustrar o comentário do responsável da Goldman Sachs, a Bloomberg cita a forte recuperação das exportações para os EUA que ocorreu em simultâneo com a recente descida do euro. A divisa europeia deprecia 14% face ao dólar desde o início do ano e tocou um novo mínimo de quatro anos, no dia 19 de Maio.
O banco de Genebra, por outro lado, defende que o plano de 750 mil milhões de euros não altera o facto de a Zona Euro não ter dinheiro para financiar o seu próprio futuro, segundo diz Marson. “Precisamos de um ‘Clube de Paris’ para que o ‘Club Med’ reestruture a sua dívida sem contagiar o resto da Europa”.
O “Clube Med” é o conjunto de países do Mediterrâneo e o “Clube de Paris” é a denominação de um grupo de países ricos, que se encontrou pela primeira vez em 1956 para reestruturar ou cancelar as dívidas soberanas de países em dificuldades.
Marson recorre ainda aos dados da paridade do poder de compra para advogar que o euro permanece sobreavaliado em cerca de 10% face ao dólar. “Numa crise como esta, as divisas tem tendência a ultrapassar o equilíbrio e depois recuperar”, acrescenta.
As esportações da Zona Euro para os EUA cresceram 24,5%, durante o mês de Março, naquele que foi o maior ganho mensal registado desde 1999, quando foi implementado o euro, segundo dados do Banco Central Europeu. No mês de Março o euro depreciou 0,89% face ao dólar, levando a depreciação desde o início do ano a saldar-se em 5,6% na mesma data.
O chefe de investimento do Lombard Odier, Paul Marson, diz que apesar de o pacote de ajudas de 750 mil milhões de euros servir de “rede de segurança” para os bancos alemães e franceses, não tem as características de um empréstimo do Fundo Monetário Internacional, que tipicamente exige consolidação orçamental. Assim, os desequilibrios da Zona Euro persistem e a moeda torna-se inviável.
A ilustrar o comentário do responsável da Goldman Sachs, a Bloomberg cita a forte recuperação das exportações para os EUA que ocorreu em simultâneo com a recente descida do euro. A divisa europeia deprecia 14% face ao dólar desde o início do ano e tocou um novo mínimo de quatro anos, no dia 19 de Maio.
O banco de Genebra, por outro lado, defende que o plano de 750 mil milhões de euros não altera o facto de a Zona Euro não ter dinheiro para financiar o seu próprio futuro, segundo diz Marson. “Precisamos de um ‘Clube de Paris’ para que o ‘Club Med’ reestruture a sua dívida sem contagiar o resto da Europa”.
O “Clube Med” é o conjunto de países do Mediterrâneo e o “Clube de Paris” é a denominação de um grupo de países ricos, que se encontrou pela primeira vez em 1956 para reestruturar ou cancelar as dívidas soberanas de países em dificuldades.
Marson recorre ainda aos dados da paridade do poder de compra para advogar que o euro permanece sobreavaliado em cerca de 10% face ao dólar. “Numa crise como esta, as divisas tem tendência a ultrapassar o equilíbrio e depois recuperar”, acrescenta.
As esportações da Zona Euro para os EUA cresceram 24,5%, durante o mês de Março, naquele que foi o maior ganho mensal registado desde 1999, quando foi implementado o euro, segundo dados do Banco Central Europeu. No mês de Março o euro depreciou 0,89% face ao dólar, levando a depreciação desde o início do ano a saldar-se em 5,6% na mesma data.