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Deputado italiano diz que resgate grego foi de "nazismo explícito"

O deputado italiano Beppe Grillo diz que as negociações do resgate grego foram de um "nazismo explícito" e pede um "Plano B" para Itália com uma saída da Zona Euro, para evitar o mesmo desfecho da Grécia.

Reuters
23 de Julho de 2015 às 21:30
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O antigo comediante e actual porta-voz do Movimento Cinco Estrelas, o segundo maior partido político da Itália, comparou esta quinta-feira, 23 de Julho, as negociações de resgate grego a um "nazismo explícito".

Beppe Grillo pediu ainda a nacionalização dos bancos italianos e a saída do euro, e afirmou que Itália se deveria preparar para usar a sua dívida como arma contra a Alemanha. Ao Governo de Berlim, que chama de "nazi", Grillo aponta o apoio tanto dos países nórdicos "por oportunismo" como dos países da periferia "por subordinação".

O deputado falou também da situação de Portugal, Irlanda e Espanha, escrevendo que as reformas colocadas em prática para pagar a dívida "foram pagas com o sangue dos países devedores".

No seu blogue, Grillo escreve que os italianos devem aprender com o caso grego e que Itália deve preparar um "Plano B". O deputado afasta a hipótese de outros países periféricos ajudarem os italianos no caso da implementação de medidas de austeridade. "Não devemos contar com os outros porque quando chegar o momento estaremos sozinhos", acredita Grillo. O deputado vê no caminho de Tsipras "a prova de que os outros se esconderam na sombra e disseram que o problema não era nosso".

"Só uma profunda miopia económica, a par com uma estratégia política opaca, pode transformar o enorme consenso eleitoral que tinha dado em Janeiro a vitória ao Governo [de Tsipras] em oposição apenas seis meses depois", acusa.

Assim o "Plano B", explica Grillo, consiste no uso da "enorme dívida" italiana, 2 mil milhões de euros, como arma contra o Governo de Angela Merkel, uma vez que as consequências de uma bancarrota italiana iriam desincentivar e impedir a Alemanha de interferir na economia italiana, que encontraria assim na saída da Zona Euro a solução para o seu défice. E propõe a criação de uma moeda paralela para uma saída "soft" do Euro, que classifica como "uma guerra explícita entre credores e devedores".

 

Vincenzo Scarpetta, analista da Open Europe, e especialista em política e economia do sul da Europa, reconhece alguma legitimidade às palavras de Beppe Grillo. "A lição grega é que para estar na Zona Euro é preciso cumprir as regras de austeridade". O analista afirma ainda que as negociações com a Grécia vieram reforçar que "é impossível reformar o Euro internamente".

O partido Movimento Cinco Estrelas tem sido uma voz no combate à corrupção. Apoia a energia doméstica sustentável, criou campanhas contra projectos de construção de auto-estradas e critica o favorecimento da moeda única às instituições em detrimento dos pequenos investidores.

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