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DBRS vê esforços da banca nacional "a dar resultados" mas alerta para imobiliário

"Os esforços de Portugal para resolver os riscos para a estabilidade financeira estão a dar resultados". Numa nota, esta segunda-feira, a DBRS, que melhorou o "rating" português, deixa elogios à evolução do sector financeiro nacional.

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A DBRS, agência canadiana que permitiu a Portugal manter o financiamento junto do Banco Central Europeu nos anos da crise, considera que a banca portuguesa tem feito progressos. Ainda há trabalho a fazer. Mas a entidade deixa uma consideração positiva: "Na perspectiva da DBRS, os esforços de Portugal para os riscos para a estabilidade financeira estão a dar resultados".

São duas as "áreas críticas" em que Portugal fez progressos, na óptica da agência. A primeira é a diminuição dos níveis de crédito malparado e dívida das empresas. A segunda é o facto de o sector bancário português estar melhor preparado para eventuais riscos futuros.

 

A dívida do sector não financeiro caiu de 127%, em 2012, para 104%, no final do segundo trimestre do ano passado, segundo dados do Banco de Portugal. Já o crédito malparado situou-se, no final de 2017, em 13,3%, face aos 17,2% um ano antes, permanecendo ainda acima dos pares europeus.

 

A melhoria das condições económicas, a venda de crédito malparado a investidores institucionais e a titularização de outras carteiras são exemplos do trabalho feito pelas instituições financeiras. E a DBRS está optimista em relação ao percurso que está a ser feito em relação a este dossiê em Portugal, ainda que alertando para o futuro. 

 

"Apesar do progresso, os principais riscos para a estabilidade financeira de Portugal continuam a ser os elevados nível de dívida das empresas e o malparado dos bancos", sublinham as analistas Adriana Alvarado e Maria Rivas, que consideram que "há ainda mais a fazer para reduzir estes níveis para valores em que seja mais fácil fazer a sua gestão".

 

A diminuição do malparado deu uma ajuda à banca. "Embora seja positivo para resolver a questão do malparado, os desenvolvimentos no mercado imobiliário residencial justifica monitorização", avança a DBRS.

 

A DBRS baseia-se no Banco de Portugal para dizer que há um aumento dos preços das casas em todo o país, mas que só em regiões específicas (Lisboa, Porto e Algarve) a evolução é mais forte. "Nestes mercados, a subida do preço das casas tem sido conduzida pela forte procura externa, pela actividade ligada ao turismo devido à reduzida oferta de casas, e não por uma rápida expansão do crédito total", comenta a agência, na nota desta segunda-feira.

 

A DBRS relembra a medida do Banco de Portugal que visa limitar a evolução dos créditos (ao consumo e à habitação), nomeadamente colocando tectos nas taxas de esforço das famílias.

 

Outro dos pontos referidos pela DBRS, agência que melhorou em um nível a classificação de risco de Portugal, é a evolução da banca. O capital foi reforçado, a actividade doméstica foi melhorada e a "venda do Novo Banco melhorou o sentimento do mercado no sector bancário".


 

(notícia actualizada às 9:58 com mais informação)

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