Notícia
Criar uma agência nacional para apoiar emigração seria vergonhoso
O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) considerou hoje que seria vergonhoso Portugal criar uma agência para apoiar a emigração e sugeriu que esse apoio se faça reforçando as estruturas já existentes, nomeadamente os consulados.
21 de Dezembro de 2011 às 12:40
Fernando Gomes falava à Lusa a propósito das declarações do eurodeputado do PSD Paulo Rangel, que na terça-feira sugeriu a criação de uma agência nacional para ajudar os portugueses que queiram emigrar.
"Pasma-me o Governo querer criar um órgão governamental de apoio à emigração. É um apelo quase oficial à emigração", disse o conselheiro.
Considerando a ideia inédita, Fernando Gomes lembrou que nem a Irlanda, "um país com carências e limitações muito parecidas com as portuguesas", fez algo semelhante quando, na década de 70 e 80 registou um grande êxodo de emigração.
"O governo deve ponderar. É um bocadinho vergonhoso tentar solucionar o problema empurrando a sua gente para fora", disse o presidente do CCP.
Fernando Gomes defendeu que deve haver um apoio, mas um apoio indirecto, nomeadamente reforçando as estruturas que já existem nos países onde estão a chegar os portugueses e que estão, pelo contrário, a ser alvo de cortes orçamentais.
E exemplificou: "Em França houve um aumento de inscritos no consulado de Clermont-Ferrand, de novos portugueses que estão a chegar de Portugal, e agora o Governo vai fechar o consulado".
"Por um lado fecha [consulados], por outro quer empurrar as pessoas para fora", lamentou o conselheiro, afirmando que o Governo está "a tentar ser inovador, mas inventando". "Talvez queira entrar para o Guinness", ironizou.
Questionado pelos jornalistas na terça-feira à noite, em Lisboa, Paulo Rangel (na foto) disse não ver "motivo para escândalo" nas declarações do primeiro-ministro sobre a emigração dos professores que não conseguem colocação nas escolas portuguesas e sugeriu a criação de "uma agência nacional que pudesse eventualmente identificar necessidades e procurar ajustar as pessoas que tivessem vontade".
"Pasma-me o Governo querer criar um órgão governamental de apoio à emigração. É um apelo quase oficial à emigração", disse o conselheiro.
"O governo deve ponderar. É um bocadinho vergonhoso tentar solucionar o problema empurrando a sua gente para fora", disse o presidente do CCP.
Fernando Gomes defendeu que deve haver um apoio, mas um apoio indirecto, nomeadamente reforçando as estruturas que já existem nos países onde estão a chegar os portugueses e que estão, pelo contrário, a ser alvo de cortes orçamentais.
E exemplificou: "Em França houve um aumento de inscritos no consulado de Clermont-Ferrand, de novos portugueses que estão a chegar de Portugal, e agora o Governo vai fechar o consulado".
"Por um lado fecha [consulados], por outro quer empurrar as pessoas para fora", lamentou o conselheiro, afirmando que o Governo está "a tentar ser inovador, mas inventando". "Talvez queira entrar para o Guinness", ironizou.
Questionado pelos jornalistas na terça-feira à noite, em Lisboa, Paulo Rangel (na foto) disse não ver "motivo para escândalo" nas declarações do primeiro-ministro sobre a emigração dos professores que não conseguem colocação nas escolas portuguesas e sugeriu a criação de "uma agência nacional que pudesse eventualmente identificar necessidades e procurar ajustar as pessoas que tivessem vontade".