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Crescimento dos salários vai abrandar até 2005 (act)

Os salários deverão registar em 2004 e 2005 uma nova desaceleração, inclusive mais pronunciada daquela que é observável nos dados da contratação colectiva, diz o Banco de Portugal, no Boletim Económico de Dezembro.

06 de Janeiro de 2004 às 14:00
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Os salários deverão registar em 2004 e 2005 uma nova desaceleração, inclusive mais pronunciada daquela que é observável nos dados da contratação colectiva, diz o Banco de Portugal, no Boletim Económico de Dezembro.

Em 2004, a subida nominal dos salários implícita na contratação colectiva, foi de 2,8%, o que compara com 3,6% no ano anterior.

O fraco crescimento económico, que deverá manter capacidade produtiva instalada ainda por utilizar até 2005, «e o consequente aumento da taxa de desemprego» ao longo desse período, «criarão um ambiente propício à diminuição das pressões no mercado de trabalho, permitindo uma evolução mais moderada dos salários, que reforçará a trajectória de abrandamento já observada em 2003», afirma-se no Boletim.

Uma nova redução na evolução prevista dos salários nominais não impedirá, porém, que «o Rendimento Disponível das famílias volte a ter crescimento positivo nos próximos dois anos e que o consumo privado, após uma queda de 0,7% em 2003 venha a atingir uma crescimento de cerca de 1,5% em termos reais em 2005», diz Vítor Constâncio na nota de abertura do Boletim.

O reforço da moderação salarial prevista é o primeiro factor enumerado pelo BP para sustentar a sua previsão de queda da inflação nos próximos anos, baixando de 3,3% em 2003, para um intervalo centrado em 2,5% em 2004 e 2,25% em 2005.

Os valores avançados pelo BP para a inflação no consumidor são superiores aos do Governo, de 2% para os referidos dois anos.

O BP explica os valores mais elevados da inflação que projecta pelo efeito dos aumentos de propinas que se farão sentir em 2004 e ainda pela pressão altista sobre os preços que a realização, este ano, do Campeonato Europeu de Futebol pode vir a exercer.

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