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Crescimento continua vulnerável
Apesar da revisão em alta do crescimento económico, o Núcleo de Estudos da Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica chama a atenção para o facto do crescimento económico nacional continuar "muito dependente das exportações e, por
Apesar da revisão em alta do crescimento económico, o Núcleo de Estudos da Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica chama a atenção para o facto do crescimento económico nacional continuar "muito dependente das exportações e, por isso, muito vulnerável a flutuações na conjuntura externa".
A revisão em alta do crescimento para este ano de 1,8% para 2,1% reflecte, segundo os economistas dos NECEP, "a conjuntura externa muito favorável, o bom desempenho das exportações e também alguns sinais de melhoria face à sua dinâmica recente".
Os economistas da Universidade Católica estão preocupados com "alguns sinais ambíguos recentes sobre a evolução da economia europeia". Além deste factor, os economistas da Católica escrevem que o crescimento da actividade interna continua "muito limitado" por condicionantes cíclicas e estruturais que não estão a ser ultrapassadas, nomeadamente o elevado endividamento, a consolidação orçamental, o enquadramento jurídico, fiscal e burocrático desfavorável e a insuficiente qualificação dos recursos humanos.
No curto prazo, dizem, o "quadro permanece desfavorável, sendo que fenómenos como subidas de juro e aumento da carga fiscal deverão pesar decisivamente, e de forma negativa, na evolução do crescimento económico". A médio prazo o cenário não é melhor: "o panorama de médio prazo para a economia portuguesa continua ser pouco animador, o que explica a prudência das previsões do NECEP para 2008". A previsão de crescimento para o próximo ano foi revista de 2,1% para 2,3%.
Quanto a sinais estruturais positivos, os economistas identificam apenas um: "quanto muito, está a assistir-se a uma reestruturação gradual do tecido empresarial português, imposto sobretudo pelas suas próprias dificuldades, o que pode contribuir a prazo para melhorar o ritmo de crescimento potencial da economia portuguesa".