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Construção tem dimensão ideal

O secretário de estado das Obras Públicas, Jorge Costa, defendeu, em declarações ao Canal de Negócios, que o sector português da construção está bem dimensionado e sem necessidade de cortar para metade a sua população activa, actualmente situada em cerca

23 de Outubro de 2003 às 08:10
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O secretário de estado das Obras Públicas, Jorge Costa, defendeu, em declarações ao Canal de Negócios, que o sector português da construção está bem dimensionado e sem necessidade de cortar para metade a sua população activa, actualmente situada em cerca de 600 mil pessoas.

A posição do governante entra em contradição com as conclusões do PRASD (Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos), cujo coordenador, Daniel Bessa, ainda anteontem alertava para «a situação absolutamente insustentável» em que o sector se encontra, apontando para a urgência de um «ajustamento violentíssimo» visando a redução do seu número de trabalhadores para metade.

Jorge Costa reconheceu que «há, de facto, uma capacidade instalada das empresas de construção superior às necessidades do país, sendo que jamais haverá em Portugal um volume de construção de infra-estruturas como houve nos últimos anos. E por isso é que o Governo tem apostado em encontrar soluções alternativas", sustentou.

Nesse sentido, o governante defendeu que o excedente da capacidade instalada do sector «deverá ser exportada e uma outra aplicada no mercado da reabilitação urbana».

Na frente externa, Jorge Costa reiterou a aposta do Governo «em abrir portas» às construtoras portuguesas, tendo acompanhado, ainda no passado fim-de-semana, uma missão empresarial de 19 empresas do sector à Argélia.

Na ocasião, regozijou-se, «foi assinado um protocolo entre um conjunto de empresários nacionais e a principal empresa pública de construção e obras públicas da Argélia, a Cosider, tendo em vista a participação portuguesa em obras a realizar nesse país».

«Há boas perspectivas de negócio na Argélia», confirmou Rui Viana, presidente da AICCOPN (Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas do Norte).

Mas nem todas as missões externas têm sido bem sucedidas. «A que foi realizada à Tunísia, há precisamente um mês e onde participou uma dúzia de construtoras nacionais, não correu bem. A Tunísia não é um mercado atractivo para o sector português da construção», lamentou.

De frisar que esta iniciativa foi acompanhada pelo próprio ministro português das Obras Públicas, Carmona Rodrigues. De resto, o presidente da AICOOPN também desvalorizou as conclusões do coordenador do PRASD sobre a necessidade de reduzir o emprego do sector da construção para metade. «O sector tem a dimensão ideal», garantiu. «A menos que o Estado central e as autarquias parem de investir», ressalvou.

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