Vítor Constâncio continua a enfatizar a importância do controlo da situação orçamental para que Portugal consiga ultrapassar com sucesso as actuais dificuldades económicas.

Não tecendo comentários sobre as medidas de contenção do Executivo rosa, Constâncio aponta logo na introdução do Boletim Económico de Primavera o aumento do défice estrutural das contas públicas como um dos factores negativos de 2005.

Isto para mais à frente especificar que «o aumento da receita fiscal não foi suficiente para impedir um novo agravamento das contas públicas», acrescentando que «a despesa corrente primária continuou a crescer a taxas muito elevadas – na ordem de 7%».

A explicação para esta taxa de crescimento encontra-se em dois factores, segundo o banco central. Por um lado, reflecte «o crescimento das transferências sociais, com destaque para as despesas com pensões». Por outro, o texto do banco nota que «as despesas com pessoal registaram igualmente um crescimento significativo», explicado quer pelo fim do congelamento parcial da tabela dos vencimentos quer pelo aumento do número de funcionários públicos.

O défice estrutural (excluindo medidas extraordinárias) passou de 5,3% do PIB em 2004 para os 6% do PIB em 2005 anunciados há duas semanas pelo Governo.