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Constâncio admite que caminho de recuperação da economia é "convincente"

O governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio admitiu hoje que o caminho da recuperação da economia portuguesa anunciado pelo governo "é convincente" mas, por enquanto, "ainda moderado".

14 de Dezembro de 2006 às 15:32
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O governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio admitiu hoje que o caminho da recuperação da economia portuguesa anunciado pelo governo "é convincente" mas, por enquanto, "ainda moderado".

"As previsões que fizemos para o próximo ano indicam que a economia vai recuperar um pouco, o que abre perspectivas de congelação e de normalização da conjuntura portuguesa no sentido de voltar a estar sincronizada com a conjuntura europeia", defendeu.

Vítor Constâncio, que falava à margem de um almoço-debate da Câmara de Comércio Luso-Britânica, no Porto, referiu que este caminho de convergência de Portugal poderá ser conseguido desde que "obviamente a conjuntura europeia continue, ela própria, no caminho de retoma que tem vindo a fazer consistentemente e com a inflação controlada".

Na actualização do PEC, divulgada no site da Assembleia da República, na quarta-feira, o Governo reafirma os objectivos de crescimento da economia de 1,4 por cento este ano e de 1,8 por cento no próximo, previstos no Orçamento do Estado (OE) para 2007, e também reafirma o objectivo de um ritmo de expansão de 3 por cento em 2009, previsto no anterior PEC, o mesmo valor que prevê para 2010.

As exportações continuam a destacar-se como motor de crescimento, com ritmos de expansão superiores aos das importações, apesar de o diferencial entre as duas taxas se reduzir durante o período, passando de 3,5 pontos percentuais, em 2007, para 1,1 pontos em 2010.

Também na quarta-feira o ministro das Finanças admitiu que Portugal pode vir a ter condições para baixar os impostos dos portugueses, se as previsões económicas mais recentes para o país e para as contas públicas se concretizarem.

"Se formos capazes de ter sucesso na implementação do Programa de Estabilidade e Crescimento e se se concretizarem as projecções macroeconómicas, então poderemos vir a ter condições que nos permitam aliviar a carga fiscal sobre os portugueses", disse Fernando Teixeira dos Santos em declarações aos jornalistas à margem da comemoração do décimo aniversário do Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP).

Vítor Constâncio disse ainda estar "convencido" que em 2007 a economia crescerá mais do que este ano e que o investimento terá já um crescimento positivo, "ao contrário do que aconteceu ainda este ano".

O Governador do Banco de Portugal referiu que o crescimento económico se deve "em parte" ao peso das exportações, mas, e tal como aconteceu na Europa, onde também a recuperação começou pelas exportações, espera-se agora que o investimento responda.

"De facto, neste momento, já em 2006, e particularmente na área do Euro, espera-se que a recuperação económica se baseie na dinâmica do investimento europeu e não tanto nas exportações e é isso que esperamos que venha a acontecer na economia portuguesa", disse.

Para o responsável pelo Banco de Portugal, Portugal Scomeçou com as exportações de uma forma bastante encorajadora este ano, esperando-se que o investimento empresarial siga essa mesma dinâmica um pouco mais adiante".

Sobre as previsões optimistas do Governo, Constâncio referiu que para períodos muito longos há sempre um elemento "de ambição", mas assegurou que, caso a retoma europeia continue nos termos em que tem vindo a processar-se, "Portugal poderá, de facto, atingir de novo taxas de crescimento que teve num passado não muito distante".

"Não são coisas fora das nossas possibilidades", frisou.

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