Os cinco maiores bancos britânicos já efectuaram provisões de 9 mil milhões de libras nas suas contas para fazer face aos pagamentos de indemnizações aos seus clientes, pelo facto de lhes terem vendido produtos financeiros que estes não precisavam ou não podiam utilizar.

Contas efectuadas pelo “Financial Times” dão conta que este é um dos escândalos que envolve montantes mais elevados de indemnizações aos consumidores. Até ao final de Maio os bancos já tinham devolvido 4,8 mil milhões de libras aos seus clientes, dinheiro que as famílias poderão utilizar para aumentar o consumo.

“Quando soube que ia receber uma compensação de 2 mil libras contratei uma construtora para arranjar o telhado da minha casa e com o resto do dinheiro marquei umas férias na Grécia”, afirmou ao FT uma das pessoas que está a receber estas indeminizações por parte da banca. Elaine Overten, uma enfermeira reformada de Derbyshire, pagou indevidamente um seguro do seu crédito à habitação, ao longo de mais de 10 anos.

Especialistas ouvidos pelo diário britânico dizem que estas indemnizações, que estão a ser pagas pela banca, têm o mesmo efeito do que um corte de impostos. O FT diz mesmo que este escândalo está a fazer mais pela economia do que os esforços do Governo de David Cameron.

Cálculos de Simon Kirby, do National Institute for Economic and Social Research, apontam para que se os bancos devolverem 15 mil milhões de libras (o montante máximo previsto) aos clientes, tal equivale a 1% do PIB e pode impulsionar o crescimento da actividade em 0,7%.

O efeito poderá ser ainda maior durante uma recessão, que é o caso desta altura no Reino Unido, que regista dois trimestres consecutivos de queda do PIB. O produto interno bruto do Reino Unido registou uma contracção de 0,7% no segundo trimestre, face aos três meses anteriores, período em que tinha contraído 0,3%.