Notícia
Comissão Europeia quer mais mulheres em altos cargos
Um ano depois de a comissária europeia da Justiça ter desafiado as empresas europeias cotadas em bolsa a aumentarem voluntariamente o número de mulheres nos seus conselhos de administração, o relatório da CE revela que o número de mulheres nos conselhos de administração não registou um aumento significativo.
05 de Março de 2012 às 13:40
A Comissária europeia da Justiça, Viviane Reding (na foto), lançou há um ano um desafio às empresas europeias cotadas em bolsa: aumentarem voluntariamente o número de mulheres nos seus conselhos de administração, mediante a assinatura do “Compromisso europeu pelas mulheres na administração das empresas”.
Ao assinarem o compromisso, as empresas comprometiam-se a aumentar a representação feminina nos seus conselhos de administração para 30% até 2015 e 40% até 2020. No entanto, durante os últimos 12 meses, apenas 24 empresas em toda a Europa, assinaram o compromisso.
Um ano depois, o relatório publicado hoje pela Comissão Europeia revela que o número de mulheres nos conselhos de administração das empresas não registou um aumento significativo.
“Apenas um em cada sete membros dos conselhos de administração das principais empresas europeias é uma mulher (13,7 %). Embora se esteja perante uma ligeira melhoria relativamente aos 11,8 % de 2010, se se continuasse a este ritmo, seriam necessários mais de 40 anos para se atingir uma paridade de género aceitável (pelo menos 40% de ambos os sexos)”, revela o relatório da Comissão Europeia.
“Está demonstrado que a paridade de género nas posições de topo contribui para melhorar o desempenho e a competitividade das empresas, com ganhos económicos evidentes”.
Um relatório da consultora Mc Kinsey revela que as empresas que adoptaram a paridade entre homens e mulheres realizam lucros de exploração 56% superiores aos das empresas que só empregam homens.
Também a Ernst & Young analisou as 290 maiores empresas cotadas em bolsa e concluiu que os lucros das empresas com pelo menos uma mulher no conselho de administração eram claramente superiores aos das empresas que não tinham nenhum membro feminino nas posições de topo.
Com o objectivo de identificar e encontrar as medidas mais adequadas para reduzir o desequilíbrio persistente entre homens e mulheres nos conselhos de administração das empresas europeias cotadas em bolsa, a Comissão lançou hoje uma consulta pública.
A Comissão pretende assim recolher opiniões sobre a adopção de eventuais medidas a nível da UE, incluindo medidas legislativas, para corrigir a disparidade de género nos conselhos de administração das empresas. Com base na consulta pública, que termina em 28 de Maio de 2012, a Comissão tomará uma decisão sobre as medidas a adoptar ainda este ano.
“Há um ano, convidei as empresas a aumentarem voluntariamente a presença das mulheres nos seus conselhos de administração. O meu apelo teve o apoio do Parlamento Europeu e foi transmitido às organizações empresariais pelos Ministros do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Igualdade em numerosos Estados-Membros da UE. É, no entanto, com pesar que verifico que, não obstante os nossos apelos, a auto-regulação não deu até agora grandes resultados”, disse Viviane Reding, Vice-Presidente da Comissão Europeia e Comissária da Justiça.
“A falta de mulheres em posições de topo nas empresas prejudica a competitividade da Europa e constitui um travão ao seu crescimento económico. Por este motivo, vários Estados-Membros da UE, entre os quais a Bélgica, a França, a Itália, os Países Baixos e a Espanha, estão a tentar resolver o problema mediante a adopção de legislação que introduz um sistema de quotas nos conselhos de administração das empresas. Alguns países, como a Dinamarca, a Finlândia, a Grécia, a Áustria e a Eslovénia, adoptaram regras de paridade de género para os conselhos de administração das empresas públicas. Pessoalmente, não sou muito apologista do sistema de quotas, mas devo reconhecer os seus méritos em termos de resultados. Outra questão que se coloca é o facto de as empresas que desenvolvem actividades transfronteiras no mercado interno poderem ser obrigadas a respeitar legislações nacionais diferentes em matéria de quotas se quiserem participar em concursos de Obras Públicas. Por este motivo, o Programa de Trabalho Legislativo da Comissão para 2012 inclui uma iniciativa neste sentido. Hoje, convido o público – empresas, parceiros sociais, ONG interessadas e cidadãos – a darem a sua opinião sobre o tipo de medidas que a União Europeia deveria tomar para resolver o problema da falta de paridade entre homens e mulheres nos conselhos de administração das empresas. Acho que chegou o momento de quebrar o teto de vidro que continua a impedir as mulheres de chegarem às posições de topo nas empresas cotadas em bolsa. Para mudar este estado de coisas, estou a trabalhar estreitamente com o Parlamento Europeu e com todos os Estados-Membros”, continuou Viviane Reding.
Apesar do aumento pouco significativo, há muito tempo que a paridade de género nos conselhos de administração das empresas europeias não registava uma evolução tão positiva como no ano passado, quando se registou um aumento de 1,9 % entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2012, contra um aumento anual médio a longo prazo de 0,6 % durante a última década.
França, que aprovou em 2011 legislação sobre a paridade de género nos conselhos de administração das empresas, é responsável, por si só, por cerca de metade do aumento registado na União.
A opinião pública europeia é claramente a favor de uma alteração desta situação, dado que 88% dos europeus defendem que, em situação de igualdade de competências, as mulheres devem estar representadas equitativamente nos lugares de topo das empresas, de acordo com um novo inquérito Eurobarómetro publicado hoje.
Paralelamente, 76 % dos europeus acreditam que as mulheres possuem as competências necessárias, e 75 % são a favor de legislação sobre a paridade de género nos conselhos de administração. Por fim, 49 % dos inquiridos afirma que as multas pecuniárias seriam o meio mais apropriado para fazer aplicar uma legislação deste tipo.
Ao assinarem o compromisso, as empresas comprometiam-se a aumentar a representação feminina nos seus conselhos de administração para 30% até 2015 e 40% até 2020. No entanto, durante os últimos 12 meses, apenas 24 empresas em toda a Europa, assinaram o compromisso.
“Apenas um em cada sete membros dos conselhos de administração das principais empresas europeias é uma mulher (13,7 %). Embora se esteja perante uma ligeira melhoria relativamente aos 11,8 % de 2010, se se continuasse a este ritmo, seriam necessários mais de 40 anos para se atingir uma paridade de género aceitável (pelo menos 40% de ambos os sexos)”, revela o relatório da Comissão Europeia.
“Está demonstrado que a paridade de género nas posições de topo contribui para melhorar o desempenho e a competitividade das empresas, com ganhos económicos evidentes”.
Um relatório da consultora Mc Kinsey revela que as empresas que adoptaram a paridade entre homens e mulheres realizam lucros de exploração 56% superiores aos das empresas que só empregam homens.
Também a Ernst & Young analisou as 290 maiores empresas cotadas em bolsa e concluiu que os lucros das empresas com pelo menos uma mulher no conselho de administração eram claramente superiores aos das empresas que não tinham nenhum membro feminino nas posições de topo.
Com o objectivo de identificar e encontrar as medidas mais adequadas para reduzir o desequilíbrio persistente entre homens e mulheres nos conselhos de administração das empresas europeias cotadas em bolsa, a Comissão lançou hoje uma consulta pública.
A Comissão pretende assim recolher opiniões sobre a adopção de eventuais medidas a nível da UE, incluindo medidas legislativas, para corrigir a disparidade de género nos conselhos de administração das empresas. Com base na consulta pública, que termina em 28 de Maio de 2012, a Comissão tomará uma decisão sobre as medidas a adoptar ainda este ano.
“Há um ano, convidei as empresas a aumentarem voluntariamente a presença das mulheres nos seus conselhos de administração. O meu apelo teve o apoio do Parlamento Europeu e foi transmitido às organizações empresariais pelos Ministros do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Igualdade em numerosos Estados-Membros da UE. É, no entanto, com pesar que verifico que, não obstante os nossos apelos, a auto-regulação não deu até agora grandes resultados”, disse Viviane Reding, Vice-Presidente da Comissão Europeia e Comissária da Justiça.
“A falta de mulheres em posições de topo nas empresas prejudica a competitividade da Europa e constitui um travão ao seu crescimento económico. Por este motivo, vários Estados-Membros da UE, entre os quais a Bélgica, a França, a Itália, os Países Baixos e a Espanha, estão a tentar resolver o problema mediante a adopção de legislação que introduz um sistema de quotas nos conselhos de administração das empresas. Alguns países, como a Dinamarca, a Finlândia, a Grécia, a Áustria e a Eslovénia, adoptaram regras de paridade de género para os conselhos de administração das empresas públicas. Pessoalmente, não sou muito apologista do sistema de quotas, mas devo reconhecer os seus méritos em termos de resultados. Outra questão que se coloca é o facto de as empresas que desenvolvem actividades transfronteiras no mercado interno poderem ser obrigadas a respeitar legislações nacionais diferentes em matéria de quotas se quiserem participar em concursos de Obras Públicas. Por este motivo, o Programa de Trabalho Legislativo da Comissão para 2012 inclui uma iniciativa neste sentido. Hoje, convido o público – empresas, parceiros sociais, ONG interessadas e cidadãos – a darem a sua opinião sobre o tipo de medidas que a União Europeia deveria tomar para resolver o problema da falta de paridade entre homens e mulheres nos conselhos de administração das empresas. Acho que chegou o momento de quebrar o teto de vidro que continua a impedir as mulheres de chegarem às posições de topo nas empresas cotadas em bolsa. Para mudar este estado de coisas, estou a trabalhar estreitamente com o Parlamento Europeu e com todos os Estados-Membros”, continuou Viviane Reding.
Apesar do aumento pouco significativo, há muito tempo que a paridade de género nos conselhos de administração das empresas europeias não registava uma evolução tão positiva como no ano passado, quando se registou um aumento de 1,9 % entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2012, contra um aumento anual médio a longo prazo de 0,6 % durante a última década.
França, que aprovou em 2011 legislação sobre a paridade de género nos conselhos de administração das empresas, é responsável, por si só, por cerca de metade do aumento registado na União.
A opinião pública europeia é claramente a favor de uma alteração desta situação, dado que 88% dos europeus defendem que, em situação de igualdade de competências, as mulheres devem estar representadas equitativamente nos lugares de topo das empresas, de acordo com um novo inquérito Eurobarómetro publicado hoje.
Paralelamente, 76 % dos europeus acreditam que as mulheres possuem as competências necessárias, e 75 % são a favor de legislação sobre a paridade de género nos conselhos de administração. Por fim, 49 % dos inquiridos afirma que as multas pecuniárias seriam o meio mais apropriado para fazer aplicar uma legislação deste tipo.