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Claudia Goldin vence Nobel da Economia por trabalho sobre a mulher no mercado laboral

Investigadora da Universidade de Harvard vence o prémio pelo trabalho pioneiro que veio revelar as causas das disparidades de género, que ainda subsistem, no mercado laboral.

Universidade de Harvard
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A investigadora da Universidade de Harvard Claudia Goldin venceu o Nobel da Economia. O prémio foi anunciado esta segunda-feira pela academia sueca, que sublinhou que se trata de um galardão dedicado às "mulheres no mercado de trabalho".

Goldin recebe, assim, o Prémio Sveriges Riksbank de Ciências Económicas deste ano "por ter avançado o nosso entendimento sobre o contributo das mulheres para o mercado de trabalho", justificou o júri.

Nascida em 1946, a laureada foi responsável pela a primeira descrição exaustiva dos rendimentos das mulheres e da sua participação no mercado de trabalho ao longo dos séculos. "A sua investigação revela as causas da mudança, bem como as principais fontes das disparidades de género que ainda subsistem", afirma a academia.

A investigadora "vasculhou os arquivos e recolheu mais de 200 anos de dados sobre os Estados Unidos, que lhe permitiram demonstrar como e porquê as diferenças de género nos rendimentos e taxas de emprego mudaram ao longo do tempo".

De acordo com a academia, Goldin conseguiu demonstrar que a participação feminina no mercado de trabalho não evoluiu sempre de forma positiva, tendo caído para as mulheres casadas durante a transição de uma sociedade agrária para uma industrial, no início do século XIX, mas voltou a aumentar com o crescimento do setor dos serviços, no século XX.

Entre as conclusões da investigadora, destaca-se o facto de o acesso à pílula ter tido um papel importante para acelerar o papel das mulheres no mercado de trabalho.

"Apesar da modernização, crescimento económico e crescentes proporções de mulheres empregadas no século XX, por um longo período de tempo o fosso de rendimentos entre mulheres e homens praticamente não diminuiu", aponta o júri. Enquanto que historicamente este fosso foi explicado por diferenças no acesso à educação, Goldin argumenta que, atualmente, grande parte desta disparidade se verifica entre mulheres com a mesma ocupação e é gerada pelo nascimento do primeiro filho.

"Compreender o papel da mulher no mercado laboral é importante para a sociedade. Graças à investigação pioneira de Claudia Goldin sabemos hoje muito mais sobre os fatores subjacentes e que barreiras têm de ser eliminadas no futuro", disse Jakob Svensson, presidente do Comité para o Prémio de Ciências Económicas.

Apesar de prémio de economia ter sido criado em 1968 pelo banco central da Suécia, Claudia Goldin é apenas a terceira mulher a recebê-lo, num total de 93 laureados.

O galardão é o último Nobel a ser conhecido, depois do anúncio dos vencedores nas categorias de Medicina, Física, Química, Literatura e Paz.

Os Prémios Nobel, que serão entregues em dezembro, representam um prémio em dinheiro de 11 milhões de coroas suecas (um milhão de dólares).

Os vencedores recebem também uma medalha de ouro de 18 quilates e um diploma nas cerimónias de entrega dos prémios, em dezembro, em Oslo e Estocolmo.

*com Lusa

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