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Classificação da UNESCO faz aumentar interesse de investidores em Coimbra
"Agora estamos na 'Champions' e não podemos descer de divisão", alertou António Magalhães Cardoso, membro da Associação RUAS - Recriar Universidade, Alta e Sofia.
António Magalhães Cardoso, membro da Associação RUAS - Recriar Universidade, Alta e Sofia, afirmou na quarta-feira que o interesse em investir na zona classificada "disparou".
Os pedidos de intervenção na zona classificada "têm aumentado", assim como a aquisição de habitações, em que se registou um aumento "entre quatro a cinco vezes mais" do que antes da classificação de Coimbra como Património Mundial, disse à agência Lusa Magalhães Cardoso, à margem da sessão de esclarecimento da associação, que terminou por volta das 20:00 do dia 2 de Outubro.
"Há cada vez mais interesse em investir", e parte desse interesse "é de investidores estrangeiros", frisou o membro da RUAS, considerando fundamental o investimento privado para a reabilitação urbana de Coimbra.
Sidónio Simões, director do Gabinete para o Centro Histórico (GCH) da Câmara de Coimbra, afirmou, no início da sessão, que "há muitas potencialidades" que advêm da classificação de Património Mundial. "A classificação do bem não traz directamente dinheiro", afirmou Sidónio Simões, referindo que "todas as entidades têm que saber aproveitar o incremento do turismo".
O director da CGH considerou que a autarquia, "sozinha, não consegue fazer nada", relembrando que "será impossível para a Câmara de Coimbra conseguir" garantir os planos de investimento previstos para os próximos 15 anos. Devido a essa constatação, Sidónio Simões apelou aos "intervenientes da cidade para que colaborem na reabilitação dos edifícios". "Temos os planos de investimento feitos, os objectivos estão traçados, mas talvez não iremos cumprir, porque falta o dinheiro para executar", frisou Sidónio Simões.
Durante a sessão de esclarecimento, foi explicado o regulamento municipal de edificação, recuperação e reconversão urbanística da área classificada, que serve para garantir "a salvaguarda e a valorização" dos edifícios, segundo Magalhães Cardoso. "Agora estamos na 'Champions' e não podemos descer de divisão", alertou Magalhães Cardoso, considerando que se tem de "tratar da construção que já existe".