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CIP escreve a von der Leyen apelando a ação rápida e opção por subvenções
A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) alerta para o risco de agravamento da desigualdade na UE se os países com maior dívida forem sobrecarregados com endividamento adicional.
A Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) apela à presidente da Comissão Europeia rapidez numa resposta europeia ao impacto da pandemia de covid-19, alertando que a capacidade dos Estados-membros mais endividados é mais frágil, o que pode agravar as desigualdades no seio da União Europeia.
Numa carta endereçada a Ursula von der Leyen, a CIP sublinha a urgência na adoção rápida de medidas e a disponibilização dos recursos financeiros o mais cedo possível. Isto, diz a confederação liderada por António Saraiva, será "fundamental para restabelecer a confiança na retoma e na capacidade da UE em agir para apoiar os seus cidadãos e empresas".
A CIP destaca que Portugal, por si só, "não tem capacidade orçamental para agir com a mesma rapidez e profundidade que outros Estados-membros".
A confederação considera que as medidas já adotadas por Bruxelas "têm sido efectivas face a esta crise sem precedentes" mas adverte que "muito mais é necessário".
E salienta a importância de que a proposta de revisão do quadro financeiro plurianual terá de ter não só a dimensão e os instrumentos necessários para fazer frente às consequências económicas e sociais desta crise, mas "simultaneamente, preparar a UE para o futuro, garantindo a competitividade e liderança em áreas fundamentais, como o digital e a investigação e inovação, em particular no setor da saúde".
A CIP insta a União a elaborar "um Plano de Recuperação ambicioso que enfrente as graves consequências económicas e sociais que já se fazem sentir, mas também que preserve o mercado único".
Neste aspeto, a organização patronal reforça que é necessário assegurar mais apoios aos países menos ricos e mais afectados. A diferente capacidade financeira dos vários Estados-membros "já é evidente" e "essa incerteza está a provocar desemprego e desinvestimento a níveis preocupantes". "Se nada for alterado, estes efeitos irão perdurar e criar uma Europa ainda mais desigual", prossegue.
"Isso iria certamente prejudicar de forma considerável o projeto europeu", conclui.
(notícia atualizada às 16:35)