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China vai crescer 5,4% este ano mas abranda em 2024 devido a crise no imobiliário

Na sua avaliação anual, a instituição previu que, a médio prazo, a economia chinesa vai sofrer um enfraquecimento gradual do ritmo de crescimento para cerca de 3,5%, em 2028, devido a fatores como "fraca produtividade" e o envelhecimento da população.

Tyrone Siu / Reuters
07 de Novembro de 2023 às 11:48
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A economia chinesa vai crescer 5,4% este ano, mas abrandará para 4,6%, em 2024, devido à "contínua fraqueza" do mercado imobiliário e "à fraca" procura do exterior, afirmou esta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Na sua avaliação anual, a instituição previu que, a médio prazo, a economia chinesa vai sofrer um enfraquecimento gradual do ritmo de crescimento para cerca de 3,5%, em 2028, devido a fatores como "fraca produtividade" e o envelhecimento da população.

O crescimento "alimentado pelo crédito" dos últimos anos conduziu a desequilíbrios e vulnerabilidades crescentes, com taxas de poupança "excessivamente elevadas" a serem utilizadas para financiar investimentos no setor imobiliário residencial e em infraestruturas cada vez menos rentáveis, "resultando em elevados níveis de endividamento", afirmou esta trerça-feira a número dois do FMI, Gita Gopinath.

Relativamente à situação no setor imobiliário, embora a agência tenha aplaudido os objetivos de ajustamento do mercado fixados pelo Governo, Gopinath afirmou que o desafio agora vai ser "minimizar os custos económicos e conter os riscos para a estabilidade macrofinanceira".

"É necessário fazer mais para garantir uma recuperação mais rápida e minimizar os custos económicos durante esta transição", afirmou a diretora-geral adjunta do FMI, que recomendou a aceleração da saída dos construtores imobiliários financeiramente inviáveis, a eliminação dos obstáculos ao ajustamento dos preços dos imóveis, a afetação de mais fundos públicos à conclusão dos empreendimentos inacabados e a ajudas aos construtores que conseguem sobreviver para "reparar" as suas contas e adaptarem-se a um mercado "mais pequeno".

Gopinath apelou também para que Pequim reforme o quadro fiscal e reestruture os balanços para resolver o problema da dívida das administrações locais e regionais, que acumulam um elevado nível de passivos, muitas vezes através de canais de financiamento informais.

De acordo com as estimativas do FMI, estas entidades semipúblicas acumulam uma dívida total equivalente a cerca de 9,00 mil milhões de dólares (cerca de 8,4 mil milhões de euros), mais do dobro do que em 2017.

"Os riscos para a estabilidade financeira são elevados e continuam a aumentar, uma vez que as instituições financeiras têm menores reservas de capital e enfrentam riscos crescentes de qualidade dos ativos", alertou Gopinath.

No âmbito das reformas recomendadas, o FMI referiu ainda que Pequim deve concentrar-se em políticas macroeconómicas mais favoráveis para impulsionar a atividade, incluindo uma reorientação da despesa fiscal para as famílias, taxas de juro mais baixas e maior flexibilidade na taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan.

Gopinath apelou ainda às autoridades chinesas para que "demonstrem o seu empenho" no sistema de comércio internacional e "ajudem a reduzir as pressões de fragmentação", "reduzindo as distorções do comércio e do investimento resultantes das suas políticas industriais internas e das restrições comerciais".
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