Notícia
China garante que "não há riscos" de deflação "nem agora, nem no futuro"
O índice de preços ao consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3%, em julho.
15 de Agosto de 2023 às 10:03
A China assegurou esta terça-feira que "não existem riscos de deflação" no país, "nem agora, nem no futuro", depois de anunciar na semana passada que o índice de preços ao consumidor entrou em território negativo em julho.
"Não existem riscos de deflação na China, nem agora, nem no futuro", disse Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística (GNE), que, no entanto, reconheceu que a recuperação económica do país "enfrenta vários desafios".
O índice de preços ao consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga, de 0,3%, em julho.
Os preços ao consumidor, que caíram para território negativo pela última vez em fevereiro de 2021, estavam à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de 'zero' casos de covid-19, no início do ano.
A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
"A procura doméstica continua a crescer. O consumo de serviços, como os derivados das férias de verão, já está a crescer, oferecendo suporte significativo", disse Fu.
No entanto, o GNE informou que as vendas a retalho, um indicador chave para medir o estado do consumo, aumentaram 2,5%, em termos homólogos, em julho, um valor inferior aos 3,1% alcançados em junho e que se mantém abaixo do esperado pelos analistas, que previam um aumento de 4,6%.
Também foram divulgados esta terça-feira os dados da produção industrial do país, que cresceu 3,7%, em julho, em relação ao mesmo período do ano anterior. Este valor representa uma desaceleração em relação aos dados de junho (4,4%).
A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,3% no final de julho, acima dos 5,2% registados em junho, mas ainda dentro do limite máximo que as autoridades estipularam para este ano, de 5,5%.
O GNE suspendeu a publicação da taxa de desemprego jovem a partir de agosto, devido às "mudanças económicas e sociais que exigem uma melhoria e otimização das estatísticas laborais", depois de alguns meses em que o indicador registou recordes acima dos 20%.
O investimento em ativos fixos aumentou 3,4%, nos primeiros sete meses do ano, depois de ter subido 3,8% no conjunto do primeiro semestre, o que se traduz numa diminuição que o GNE preferiu expressar em termos de comparação mensal (-0,01%).
"A taxa de crescimento de alguns indicadores importantes desacelerou em julho, o que é uma flutuação normal. No geral, a produção cresceu de forma constante em julho, o emprego manteve-se e a economia continuou o seu processo de recuperação", disse Fu.
Após um início de ano promissor, a recuperação económica pós-pandemia mostra sinais de desaceleração. A débil procura doméstica e internacional, riscos de deflação e estímulos insuficientes, a par de uma crise imobiliária e falta de confiança no setor privado são as principais causas para o abrandamento da segunda maior economia mundial, segundo os analistas.
"Não existem riscos de deflação na China, nem agora, nem no futuro", disse Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística (GNE), que, no entanto, reconheceu que a recuperação económica do país "enfrenta vários desafios".
Os preços ao consumidor, que caíram para território negativo pela última vez em fevereiro de 2021, estavam à beira da deflação há meses, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de 'zero' casos de covid-19, no início do ano.
A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
"A procura doméstica continua a crescer. O consumo de serviços, como os derivados das férias de verão, já está a crescer, oferecendo suporte significativo", disse Fu.
No entanto, o GNE informou que as vendas a retalho, um indicador chave para medir o estado do consumo, aumentaram 2,5%, em termos homólogos, em julho, um valor inferior aos 3,1% alcançados em junho e que se mantém abaixo do esperado pelos analistas, que previam um aumento de 4,6%.
Também foram divulgados esta terça-feira os dados da produção industrial do país, que cresceu 3,7%, em julho, em relação ao mesmo período do ano anterior. Este valor representa uma desaceleração em relação aos dados de junho (4,4%).
A taxa oficial de desemprego nas zonas urbanas situou-se em 5,3% no final de julho, acima dos 5,2% registados em junho, mas ainda dentro do limite máximo que as autoridades estipularam para este ano, de 5,5%.
O GNE suspendeu a publicação da taxa de desemprego jovem a partir de agosto, devido às "mudanças económicas e sociais que exigem uma melhoria e otimização das estatísticas laborais", depois de alguns meses em que o indicador registou recordes acima dos 20%.
O investimento em ativos fixos aumentou 3,4%, nos primeiros sete meses do ano, depois de ter subido 3,8% no conjunto do primeiro semestre, o que se traduz numa diminuição que o GNE preferiu expressar em termos de comparação mensal (-0,01%).
"A taxa de crescimento de alguns indicadores importantes desacelerou em julho, o que é uma flutuação normal. No geral, a produção cresceu de forma constante em julho, o emprego manteve-se e a economia continuou o seu processo de recuperação", disse Fu.
Após um início de ano promissor, a recuperação económica pós-pandemia mostra sinais de desaceleração. A débil procura doméstica e internacional, riscos de deflação e estímulos insuficientes, a par de uma crise imobiliária e falta de confiança no setor privado são as principais causas para o abrandamento da segunda maior economia mundial, segundo os analistas.