Notícia
China acusa EUA de quererem manter "hegemonia mundial"
O governo chinês acusou esta segunda-feira os Estados Unidos de quererem manter a sua "hegemonia mundial", que considerou um "risco global", num relatório publicado num período de crescentes tensões entre os dois países.
20 de Fevereiro de 2023 às 15:00
O documento, designado "A Hegemonia dos Estados Unidos e os Seus Perigos", afirma que, desde a Segunda Guerra Mundial, Washington atuou com "mais audácia" para "interferir nos assuntos internos de outros países".
Pequim analisa a "hegemonia" política, militar, económica, tecnológica e cultural dos Estados Unidos ao longo da História - do ponto de vista de Pequim -, numa altura em que as relações bilaterais atravessam um período de renovadas tensões, suscitadas pela "crise dos balões" ou divisões face à guerra na Ucrânia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China culpa os EUA por organizarem "revoluções coloridas" ou lançarem guerras para "promover a democracia", fomentando uma "política de blocos" que "alimenta conflitos e confrontos".
A China dá como exemplo as "interferências por conta da 'Nova Doutrina Monroe'" na América Latina, utilizada para defender o princípio da "América para os americanos", mas que, segundo as autoridades chinesas representa a "América para os Estados Unidos".
Cita-se ainda um livro do ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no qual o político revelou que o país norte-americano "tinha planeado intervir na Venezuela" para, entre outras coisas, "obrigar Maduro a chegar a um acordo com a oposição" ou "privar o país de sua capacidade de vender petróleo ou ouro em troca de moeda estrangeira".
O documentou destaca todos os conflitos em que os Estados Unidos estiveram envolvidos, desde a sua independência, em 1976, apontando que o país tem um orçamento militar anual de 700 mil milhões de dólares, que cobre "40% do total a nível planetário" e é superior ao valor conjunto dos gastos com Defesa dos "15 países logo atrás na lista".
Os próximos na lista são China, Índia, Reino Unido e Rússia, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI).
O relatório chinês destaca ainda que a "hegemonia dos EUA a nível económico" foi alcançada após a criação de diferentes organizações para "formar o sistema monetário internacional em torno do dólar norte-americano", que é a "principal fonte de instabilidade e incerteza na economia mundial".
E argumenta que, durante a pandemia da covid-19, os EUA "injetaram biliões de dólares no mercado global", o que causou a desvalorização de outras moedas e altos níveis de inflação em "vários países em desenvolvimento".
No campo tecnológico, a China enfatiza que os EUA "procuram desencorajar o desenvolvimento científico" de outros países, "exercendo monopólio e restrições nos setores de alta tecnologia". E considera que a "expansão global" da cultura norte-americana é parte essencial da sua "estratégia externa".
Os Estados Unidos devem "examinar criticamente" as suas ações e abandonar a "arrogância e preconceito" e "práticas de intimidação", lê-se no mesmo relatório.
As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.
Pequim analisa a "hegemonia" política, militar, económica, tecnológica e cultural dos Estados Unidos ao longo da História - do ponto de vista de Pequim -, numa altura em que as relações bilaterais atravessam um período de renovadas tensões, suscitadas pela "crise dos balões" ou divisões face à guerra na Ucrânia.
A China dá como exemplo as "interferências por conta da 'Nova Doutrina Monroe'" na América Latina, utilizada para defender o princípio da "América para os americanos", mas que, segundo as autoridades chinesas representa a "América para os Estados Unidos".
Cita-se ainda um livro do ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no qual o político revelou que o país norte-americano "tinha planeado intervir na Venezuela" para, entre outras coisas, "obrigar Maduro a chegar a um acordo com a oposição" ou "privar o país de sua capacidade de vender petróleo ou ouro em troca de moeda estrangeira".
O documentou destaca todos os conflitos em que os Estados Unidos estiveram envolvidos, desde a sua independência, em 1976, apontando que o país tem um orçamento militar anual de 700 mil milhões de dólares, que cobre "40% do total a nível planetário" e é superior ao valor conjunto dos gastos com Defesa dos "15 países logo atrás na lista".
Os próximos na lista são China, Índia, Reino Unido e Rússia, de acordo com o Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI).
O relatório chinês destaca ainda que a "hegemonia dos EUA a nível económico" foi alcançada após a criação de diferentes organizações para "formar o sistema monetário internacional em torno do dólar norte-americano", que é a "principal fonte de instabilidade e incerteza na economia mundial".
E argumenta que, durante a pandemia da covid-19, os EUA "injetaram biliões de dólares no mercado global", o que causou a desvalorização de outras moedas e altos níveis de inflação em "vários países em desenvolvimento".
No campo tecnológico, a China enfatiza que os EUA "procuram desencorajar o desenvolvimento científico" de outros países, "exercendo monopólio e restrições nos setores de alta tecnologia". E considera que a "expansão global" da cultura norte-americana é parte essencial da sua "estratégia externa".
Os Estados Unidos devem "examinar criticamente" as suas ações e abandonar a "arrogância e preconceito" e "práticas de intimidação", lê-se no mesmo relatório.
As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.