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CGTP: "Eles têm medo que o povo perca o medo"

O secretário-geral da CGTP disse à saída do encontro com o Presidente da República que se opõe à política de salários baixos e redução das despesas sociais e alertou que o recuo do Governo na TSU é "um passo atrás para dar dois à frente".

28 de Setembro de 2012 às 18:20
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Arménio Carlos falou à imprensa à saída do encontro que teve com o Presidente da República na véspera de uma manifestação organizada pela CGTP ao Governo.

O secretário-geral prometeu que “a CGTP não vai ficar de braços cruzados”, defendendo o direito ao trabalho bem remunerado e às prestações sociais. Referindo-se ao Governo, afirmou que “eles têm medo que o povo perca o medo e nós não temos de ter medo”.

A CGTP apresentou a Cavaco Silva objecções às políticas de austeridade que têm vindo a ser implementadas, defendendo que se deve apostar na produção e transferir parte do esforço de captação de receita pública com impostos sobre o capital.

A intersindical defende o reforço da produção com vista a satisfazer a procura do mercado interno e direccionada também às exportações. Uma aposta que permitiria inverter a política de salários baixos que tem sido defendida pelo Governo, afiançou.

Os impostos que defendeu sobre o capital assentam em quatro componentes, disse Arménio Carlos. Uma taxa sobre as transacções, outra sobre as mais-valias, um imposto sobre os rendimentos colectivos mais elevados (IRC) que só iria abranger 1% das empresas e o reforço do combate à fraude e evasão fiscal.

Recuo de Passos na TSU é “um passo atrás para dar dois à frente”

Para o secretário da intersindical afecta ao Partido Comunista acusou o Governo de ter dado “um passo atrás para dar dois à frente” quando recuou na proposta de transferir parte da taxa social única (TSU) das empresas para as famílias.

Para Arménio Carlos, o Governo estará a prepara uma nova redução da TSU financiada pela subida do imposto sobre o rendimento singular (IRS) e lembrou a revisão aos escalões do imposto que está curso e que se irá reflectir numa subida de impostos.

Além disso, o Governo pretende descer a despesa que tem com saúde, educação e Segurança Social, colocando em causa o acesso aos serviços e transferindo encargos para os cidadãos, disse.

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