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CGTP: Governo quer "legitimar" austeridade na Concertação Social

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, acusou hoje o Governo de avançar com medidas que visam "reduzir o nível de vida dos trabalhadores" portugueses e procurar "legitimá-las" no Conselho de Concertação Social.

19 de Setembro de 2012 às 16:30
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"Está em marcha uma tentativa de colocar o Conselho de Concertação Social a legitimar as medidas [nomeadamente a Taxa Social Única], e em geral a política do Governo do PSD/CDS e do memorando da troika que visa a redução dos salários e ataca os rendimentos do trabalho", disse o dirigente sindical numa conferência sobre a situação de crise política, económica e social do país, bem como o anunciado "ajustamento" através de medidas de austeridade.

"A CGTP opor-se-á, por todos os meios legítimos ao seu dispor, a essa instrumentalização", sublinhou.

Quanto à Taxa Social Única, Arménio Carlos realçou que a central sindical "rejeita liminarmente" qualquer proposta de mexida na TSU que vise "reduzir os salários" dos trabalhadores.

"O que está aqui em marcha é uma tentativa de dividir para reinar. O Governo anuncia agora que está muito preocupado com os trabalhadores que têm o salário mínimo nacional e, eventualmente, até 700 euros. Mas é preciso recordar que estes trabalhadores têm um salário líquido que provavelmente não atingirá os 600 euros", frisou.

Neste sentido, "é evidente que não faz qualquer sentido uma redução dos salários destes trabalhadores, como também não faz sentido uma redução dos salários dos restantes trabalhadores", frisou, destacando que um trabalhador com um salário médio de 800 euros, 900 euros, 1.000, 1.500 ou mesmo 2.000 euros "não é um trabalhador que está acima daquilo que é a sua prestação do trabalho".

Por isso, "não são ricos", lembrou, recusando que haja trabalhadores ricos e que se queira instalar esta dicotomia no seu tratamento.

"Não queremos que aqueles que hoje têm salários de 1.000 ou de 1.500 euros recuem no seu poder de compra para junto dos outros que têm 700 ou 800 euros", lembrou o dirigente, tendo defendido que aqueles que recebem entre os 400 os 800 euros devem ver "evoluir positivamente" os salários.

A CGTP considera que só com "este movimento de aumento", pois há uma relação directa entre os salários e a dinamização da economia, será possível investir, criar postos de trabalho, fazer com que o país cresça e que as receitas ficais aumentem e se combatam as desigualdades.

Arménio Carlos avançou ainda que a CGTP, dentro em breve, vai apresentar propostas relativamente às alternativas de receita que possam taxar o capital e evitar que os trabalhadores sejam "sempre penalizados".

"A receita fiscal está a cair porque caíram significativamente os rendimentos dos trabalhadores e para concretizar o aumento da receita fiscal só se pode fazer pelo aumento da produção, por uma outra distribuição da riqueza, pelo aumento do rendimento dos trabalhadores e por uma outra resposta do funcionamento das empresas. Só não ver quem não quer!", frisou.

Neste momento, a CGTP aguarda que a audiência solicitada ao Presidente da República, Cavaco Silva, com "carácter de urgência" seja realizada "em tempo útil", isto é, antes da reunião do Conselho de Estado, disse ainda Arménio Carlos, que defendeu "uma mudança de rumo".

O dirigente sindical garantiu que "nem o Governo, nem o Presidente da República", convidaram a CGTP para qualquer reunião.

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