O aumento da produtividade nacional ao longo dos últimos anos foi superior aos números oficiais, defendeu o líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Carvalho da Silva, depois de uma reunião com o primeiro ministro, António Guterres.

«A produtividade oficial não corresponde à real. O nosso aumento de produtividade tem sido muito superior ao afirmado» por instituições como as associações patronais ou o Banco de Portugal, referiu Carvalho da Silva.

O mesmo responsável adiantou que aquela central sindical vai continuar a «bater-se pelas actualizações salariais quer no sector público quer no privado», sublinhando que a distribuição do rendimento é «muito injusta», face à aproximação do produto interno bruto (PIB) nacional relativamente à União Europeia (UE) nos últimos anos.

Carvalho da Silva considerou que existe alguma «apreensão no sentido da UE estar a caminhar para a perda de coesão social e de solidariedade», referindo que Portugal deve «mobilizar-se» para não perder mecanismos actualmente ao seu dispor, após o alargamento da UE.

Relativamente ao plano de diminuição da despesa pública, que deverá ser levado a Conselho de Ministros a 21 de Junho, o mesmo responsável afirmou que «tem de haver reduções de muitas outras coisas antes de haver diminuições» no número de trabalhadores da função pública e manifestou dúvidas sobre se a despesa do Estado «deverá sequer ser reduzida».

O dirigente da CGTP acusou ainda o Governo de não discutir a questão da saúde com a sociedade civil, restringindo o debate «aos profissionais de saúde e aos “lobbys” do sector».