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Cavaco Silva avisa que os sinais de retoma não são seguros

Cavaco Silva tem dúvidas sobre a retoma da economia portuguesa e da sua convergência com os países da União Europeia, embora admita que em 2007 "melhorou o crescimento" do País e se mostre confiante em relação ao futuro.

Negócios 02 de Janeiro de 2008 às 07:53
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Cavaco Silva tem dúvidas sobre a retoma da economia portuguesa e da sua convergência com os países da União Europeia, embora admita que em 2007 "melhorou o crescimento" do País e se mostre confiante em relação ao futuro.

O Presidente da República, na sua mensagem de Ano Novo, foi assertivo ao avisar que "não são ainda seguros os sinais de que nos encontramos no caminho de uma aproximação sustentada ao nível de desenvolvimento médio dos países mais avançados da Europa". Cavaco Silva assumiu ainda uma preocupação colectiva. "Todos gostaríamos que a evolução da situação económica e social do País tivesse sido mais positiva e que os sinais de recuperação fossem agora mais fortes", sublinhou o Presidente da República

Num discurso, onde foi intercalando palavras de optimismo e outras de preocupação, Cavaco Silva não deixou de reconhecer a "eficácia, rigor e dignidade", predicados que em seu entender foram demonstrados pelo Governo durante o exercício da presidência do conselho da União Europeia. "Portugal saiu prestigiado do exercício da presidência e todos aqueles que nela trabalharam são credores do nosso apreço", afirmou.

Em contrapartida, o Presidente da República salientou que "o desemprego atingiu níveis preocupantes e são muitas as famílias que enfrentam sérias dificuldades para fazer face às suas despesas de todos os dias". Outros problemas apontados por Cavaco Silva foram o funcionamento da justiça e a necessidade desta ser administrada de forma "mais eficiente e mais célere", assim como a educação, onde sublinhou que há "ainda muito a fazer para reduzir o atraso de qualificação dos nossos jovens".

A desigualdade na distribuição do rendimento foi outro tema abordado pelo Presidente da República. "Sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e a necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores".

Deixando esta questão em aberto, Cavaco Silva lançou também um alerta à forma como serão geridos os fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) ao longo de 2008. "Exige-se que estes fundos sejam aplicados com verdadeiro sentido estratégico e geridos com eficiência e transparência. É uma oportunidade que não podemos desperdiçar", lembrou o Presidente, defendendo que "o Estado actue com eficiência e com rigor na utilização dos dinheiros públicos e não seja obstáculo a quem quer empreender e criar e riqueza".

Sobre o seu papel, Cavaco Silva garantiu que tem "procurado incentivar uma nova geração de gente empreendedora" que "não espera favores" do Estado, mas sim apenas que este "não lhe crie dificuldades e seja justo nos impostos".

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