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Carlos Tavares questiona Galp sobre subida de preços

O ministro da economia recebeu garantia do presidente da Galp Energia, Ferreira do Amaral, de que a empresa não vai aumentar o preço dos combustíveis. A garantia de Ferreira da Amaral foi dada na sexta-feira passada a Carlos Tavares, que contactou o presi

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O ministro da economia recebeu garantia do presidente da Galp Energia, Ferreira do Amaral, de que a empresa não vai aumentar o preço dos combustíveis. A garantia de Ferreira da Amaral foi dada na sexta- feira passada a Carlos Tavares, que contactou o presidente da “holding” na sequência da notícia do Jornal de Negócios do mesmo dia, que dava conta de um provável aumento de preços, a decidir esta semana, ou pelo menos este mês, pela Galp.

A iniciativa de Carlos Tavares surgiu na segunda semana da liberalização dos preços. O ministro da Economia tem a tutela do mercado de energia e exerce a função accionista do Estado na Galp, onde é directamente um dos maiores accionistas.

A notícia do Jornal de Negócios tinha por base declarações do administrador com pelouro do retalho, Nuno Moreira da Cruz, que apontavam claramente para uma tendência de subida. Segundo o gestor, a decisão não estava tomada, mas a evolução dos produtos refinados apontava para que a segunda quinzena de Janeiro fosse “complicada”.

A Galp não aumentou os preços a 1 de Janeiro, ao contrário de outros concorrentes que reflectiram no consumidor a subida de um cêntimo no imposto sobre a gasolina.

Contactado pelo Jornal de Negócios, Ferreira do Amaral afirmou que neste momento (sexta-feira) não havia decisão de aumentar os preços. O que não significa, acrescentou, que tal não venha a acontecer caso as oscilações no crude o justifiquem, noticia hoje o matutino.

O presidente da Galp, que não confirmou ter recebido o telefonema do ministro, assegurou que a empresa tem ainda capacidade para manter os preços, sublinhando a importância de alguma estabilidade. Os preços não vão mudar todos os dias, disse.

No entanto, e segundo várias fontes contactadas, caso se mantenha o actual agravamento dos produtos refinados no mercado internacional, a manutenção dos preços implica uma perda de margem da petrolífera, mais forte no gasóleo, onde as margem já estão esmagadas.

No limite, a Galp poderia optar pelo aumento da gasolina sem chumbo, seguindo a iniciativa da BP, Repsol e Cepsa, para salvaguardar o sempre politicamente mais sensível gasóleo rodoviário. Este foi mesmo o único combustível cujo imposto não foi aumentado pelo Governo em 2004, porque caso acontecesse implicaria uma subida automática do preço deste produto.

Fontes do mercado referem que os operadores estão à espera que alguém avance com uma subida do gasóleo, para não ficarem com o ónus de ter tido a iniciativa.

A posição oficial da Galp Energia tem sido no sentido de que a estratégia da companhia visa manter as margens. A Galp já fez também saber que, em caso de agravamento sustentado do preço da matéria-prima, teria de aumentar os preços.

A empresa deverá reavaliar a política de preços na próxima semana, depois de conhecer o custo final de saída dos produtos da refinaria. E este custo será ainda determinante para o comportamento dos outros operadores que se abastecem, na sua maioria, nas refinarias da Galp.

Por outro lado, o posicionamento da “holding” no mercado liberalizado é determinante para os seus concorrentes, na medida em que a Galp tem cerca de 40% do mercado de combustíveis.

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