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Cadilhe defende revisão da Constituição
«A Constituição deve ser aliviada de muitas resistências que tem ao crescimento económico», defendeu ontem Miguel Cadilhe, no Porto, numa sessão de debate sobre o seu livro “O Sobrepeso do Estado em Portugal”.
«A Constituição deve ser aliviada de muitas resistências que tem ao crescimento económico», defendeu ontem Miguel Cadilhe, no Porto, numa sessão de debate sobre o seu livro "O Sobrepeso do Estado em Portugal".
Segundo Cadilhe, a Constituição possui entraves ao crescimento económico e provoca aumento da carga fiscal.
«Não tem sentido que eu chegue ao hospital e que pague o mesmo que a minha empregada doméstica», começou por enunciar o primeiro ministro das Finanças de Cavaco Silva, em sintonia com afirmações recentes do ministro da Saúde, Correia de Campos, preconizando alterações ao financiamento da Saúde.
«Este não é um sistema equitativo. A Constituição não deve funcionar como travão ao crescimento económico, por isso proponho que se limpem coisas que lá estão».
«Por exemplo, a educação e a saúde tendencialmente gratuitas são imperativos constitucionais, o que implica muita despesa pública, logo mais impostos», defendeu.
Ainda antes da intervenção de Cadilhe, o presidente do BPI, Artur Santos Silva, foi o primeiro a suscitar a questão. «É necessário um Estado que pese menos. Não é apenas uma questão de eficiência. Em relação aos custos de saúde, as despesas são insuportáveis. É preciso enfrentar este problema com determinação», considerou o banqueiro.
«Tem que haver um programa de médio-prazo e deve haver grande entendimento entre as forças políticas. E sobretudo na área dos direitos adquiridos, é preciso introduzir alterações na Constituição», apelou.
Para lá dos aspectos constitucionais, Cadilhe reafirmou que o Estado deve recorrer à venda das reservas de ouro para suportar a dívida de um fundo extraordinário para suportar as reformas estruturais necessárias para diminuir o peso da máquina estatal. Entre os destinos das verbas desta ferramenta financeira preconizou o financiamento de rescisões amigáveis na função pública e auditorias externas aos serviços.