Notícia
Bruxelas fala em crescimento "bom" do PIB de Portugal e acima da Alemanha
Em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus em Bruxelas, no dia em que a instituição divulgou as suas previsões económicas da primavera, Paolo Gentiloni falou em "bons números para o crescimento [económico]" de Portugal, apesar da revisão em baixa para este ano, prevendo-se uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) português de 3,9% este ano e de 5,1% em 2022.
12 de Maio de 2021 às 19:25
O comissário europeu da Economia destaca os "bons números para o crescimento" económico de Portugal previstos nas projeções económicas hoje divulgadas pelo executivo comunitário, de 9% em dois anos, falando numa subida "mais elevada" do que na Alemanha.
Em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus em Bruxelas, no dia em que a instituição divulgou as suas previsões económicas da primavera, Paolo Gentiloni falou em "bons números para o crescimento [económico]" de Portugal, apesar da revisão em baixa para este ano, prevendo-se uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) português de 3,9% este ano e de 5,1% em 2022.
"Se acumularmos [as subidas do PIB] de 2021 e 2022, temos um crescimento superior a 8%, na linha da média da zona euro e mais elevado do que na Alemanha", comparou o comissário europeu da tutela, aludindo à previsão de crescimento económico para a Alemanha, a maior potência económica da zona euro, que será de 3,4% este ano e de 4,1% em 2022.
"E não estou a ser irónico porque tudo depende, evidentemente, da dimensão do crescimento negativo de 2020, mas, por exemplo, se compararmos o nível de crescimento português em 2019 com o que estamos agora a prever para 2021 e 2022, vemos que os números são muito bons", insistiu Paolo Gentiloni.
As previsões de um crescimento de 3,9% hoje anunciadas pela Comissão Europeia estão exatamente alinhadas com as do Banco de Portugal e as do Fundo Monetário Internacional, estando uma décima abaixo dos 4,0% esperados pelo Governo e acima dos 3,3% do Conselho das Finanças Públicas e dos 1,7% da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
De acordo com Paolo Gentiloni, "o problema [de Portugal] será como tornar isto duradouro e sustentável". "Este não é apenas um desejo porque temos uma base para tornar isto pelo menos parcialmente duradouro e essa base é o Fundo de Recuperação e o orçamento europeu", acrescentou o responsável, nesta entrevista à Lusa e outros meios europeus.
Rejeitando classificar este financiamento europeu apenas como "uma medida de emergência", Paolo Gentiloni assinalou que "a dívida comum europeia sem precedentes para um objetivo comum está a chegar não só para uma emergência, mas para dar um pontapé de saída com vista à recuperação".
"Portanto, do meu ponto de vista, estes são números muito bons para Portugal e o desafio para Portugal será, naturalmente, como o de muitos outros países, como tornar isto estável, como ter um crescimento mais elevado do que antes da pandemia, durante um certo número de anos", concluiu Paolo Gentiloni.
Nas previsões hoje divulgadas, Bruxelas antecipa ainda que o PIB português deverá chegar ao seu nível pré-crise "a meio de 2022", ano em que a Comissão Europeia espera um crescimento de 5,1%, também devido ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR).
"A projeção tem em conta um forte crescimento do investimento, ajudado pelo desenvolvimento do MRR. Assume-se que a recuperação no turismo ganhará velocidade no terceiro trimestre de 2021, mas não se espera que o setor tenha atingido o seu nível pré-pandemia no final do horizonte de projeções", ou seja, em 2022, segundo o documento.
Portugal foi o primeiro Estado-membro da UE a entregar a versão final do Plano de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia, prevendo um total de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9 mil milhões de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido.
Em entrevista à agência Lusa e outros meios europeus em Bruxelas, no dia em que a instituição divulgou as suas previsões económicas da primavera, Paolo Gentiloni falou em "bons números para o crescimento [económico]" de Portugal, apesar da revisão em baixa para este ano, prevendo-se uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) português de 3,9% este ano e de 5,1% em 2022.
"E não estou a ser irónico porque tudo depende, evidentemente, da dimensão do crescimento negativo de 2020, mas, por exemplo, se compararmos o nível de crescimento português em 2019 com o que estamos agora a prever para 2021 e 2022, vemos que os números são muito bons", insistiu Paolo Gentiloni.
As previsões de um crescimento de 3,9% hoje anunciadas pela Comissão Europeia estão exatamente alinhadas com as do Banco de Portugal e as do Fundo Monetário Internacional, estando uma décima abaixo dos 4,0% esperados pelo Governo e acima dos 3,3% do Conselho das Finanças Públicas e dos 1,7% da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
De acordo com Paolo Gentiloni, "o problema [de Portugal] será como tornar isto duradouro e sustentável". "Este não é apenas um desejo porque temos uma base para tornar isto pelo menos parcialmente duradouro e essa base é o Fundo de Recuperação e o orçamento europeu", acrescentou o responsável, nesta entrevista à Lusa e outros meios europeus.
Rejeitando classificar este financiamento europeu apenas como "uma medida de emergência", Paolo Gentiloni assinalou que "a dívida comum europeia sem precedentes para um objetivo comum está a chegar não só para uma emergência, mas para dar um pontapé de saída com vista à recuperação".
"Portanto, do meu ponto de vista, estes são números muito bons para Portugal e o desafio para Portugal será, naturalmente, como o de muitos outros países, como tornar isto estável, como ter um crescimento mais elevado do que antes da pandemia, durante um certo número de anos", concluiu Paolo Gentiloni.
Nas previsões hoje divulgadas, Bruxelas antecipa ainda que o PIB português deverá chegar ao seu nível pré-crise "a meio de 2022", ano em que a Comissão Europeia espera um crescimento de 5,1%, também devido ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR).
"A projeção tem em conta um forte crescimento do investimento, ajudado pelo desenvolvimento do MRR. Assume-se que a recuperação no turismo ganhará velocidade no terceiro trimestre de 2021, mas não se espera que o setor tenha atingido o seu nível pré-pandemia no final do horizonte de projeções", ou seja, em 2022, segundo o documento.
Portugal foi o primeiro Estado-membro da UE a entregar a versão final do Plano de Recuperação e Resiliência à Comissão Europeia, prevendo um total de 16,6 mil milhões de euros, dos quais 13,9 mil milhões de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido.