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Brasões na Praça do Império são a nova polémica do Verão alfacinha

A oposição está contra, a câmara diz que só estão a "desinformar as pessoas", Simonetta Luz Afonso, que presidiu ao júri que escolheu o projecto vencedor, diz que "os brasões não fazem falta nenhuma no jardim". Ficam ou saem?

Paulo Calado
20 de Julho de 2016 às 11:41
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Há uma onde críticas, um apelo ao presidente da República e o presidente da Junta de Freguesia de Belém quer a todo o custo travar o processo. Em causa está o projecto para requalificação da Praça do Império (na foto), em Belém, que prevê a substituição dos 30 brasões florais actualmente existentes por um espaço relvado. Acontece que os brasões representam as armas das cidades capitais de distrito portuguesas e das ex-colónias e são, defendem alguns, símbolos históricos a preservar.

O projecto será votado esta quarta-feira, 20 de Julho, em reunião de câmara e tem garantido à partida os votos contra do PSD e do CDS. Fernando Medina está de férias e o seu número dois, Duarte cordeiro, que o substitui, disse ao jornal "i" que, na sua opinião, a oposição apenas quer desinformar as pessoas. Porque o projecto original do jardim, da autoria de Cottineli Telmo e criado para a Exposição do Mundo Português de 1940, não incluía brasões florais. Estes foram acrescentados já nos anos 60.

Simonetta Luz Afonso, presidente do júri que escolheu o novo projecto para a Praça do Império no âmbito de um concurso de ideias lançado pela Câmara de Lisboa, lembra, em declarações ao diário de Notícias, que "os brasões já existem na fonte de pedra" que existe no jardim e que aí se manterão. Já os outros, feitos de arbustos, eram "temporários" porque foram criados para uma exposição de floricultura" e "não fazem lá falta nenhuma".

Seu turno, o vereador José Sá Fernandes disse à Lusa que na verdade até já nem existem brasões nenhuns, dada a falta de manutenção que têm tido. O presidente da Junta de Freguesia de Belém não concorda e emitiu um comunicado a anunciar que não aceitará "qualquer solução que não inclua a reabilitação dos brasões que ali existiam", culpando a câmara por entretanto os ter "desprezado" ao ponto de terem ficado "desconfigurados" e estragados.

E a polémica prossegue entre a sociedade civil, com o Fórum Cidadania Lisboa a apelar ao Presidente da República para que intervenha junto da Câmara para que esta não avance com o que classifica como "a destruição em definitivo dos brasões em mosaico cultura que ainda subsistem no espaço ajardinado em volta da fonte luminosa da Praça do Império".

Este movimento cívico considera que se trata de uma tentativa ridícula de "reescrever a história", "aproveitando o estado visível de abandono que os canteiros apresentam desde há vários anos a esta parte".

Como lembra o jornal "i" na sua edição desta quarta-feira, há dois anos, no Verão de 2014, a Câmara de Lisboa tinha já decidido acabar com os arbustos que simbolizavam as ax-colónias. Acabaria por não avançar e, dois anos depois, o assunto volta a marcar a polémica no Verão alfacinha.

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