O BPI reviu em alta as suas estimativas para a taxa de inflação média nacional no final do corrente ano, dos anteriores 3,9% para os actuais 4,3%, no seu Boletim Mensal de Julho, adiantou fonte do BPI ao Negocios.pt.

Esta alteração esteve relacionada com «o aumento dos preços dos combustíveis e também dos bens alimentares nos primeiros meses deste ano», segundo afirmou Tiago Dionísio, analista do BPI, em declarações ao Negocios.pt.

De acordo com a mesma fonte, estes dois factores levaram a que «este ano não se tenha sentido o efeito benéfico dos saldos, que ocorrem em Janeiro e Fevereiro», ao nível dos preços no consumidor.

O mesmo analista referiu que «a inflação é neste momento um problema generalizado da Zona Euro e Portugal também sofre com isso», sublinhando, no entanto, que o nosso país está a registar aumentos superiores á média europeia devido à subida dos preços dos combustíveis que ocorreu no início deste ano.

«A política do Governo, que adiou o aumento dos combustíveis no ano passado, numa altura em que todos os outros países da Zona Euro resolveram subir os preços, faz com que este ano estejamos a pagar a factura a dobrar», adiantou o analista do BPI.

No ano passado, o Governo optou pelo congelamento artificial dos preços dos combustíveis, numa altura em que o preço do petróleo registava subidas nos mercados internacionais, tendo o ajuste decorrente desta situação ocorrido apenas em Janeiro de 2001.

Em Maio, a inflação média da Zona Euro situava-se nos 2,9%, acima da meta de 2% traçada pelo banco Central Europeu (BCE) , quando no mesmo período, a média anual para a inflação portuguesas estava nos 4%, o valor mais alto desde 1996.

No referido mês, o índice de preços no consumidor (IPC) nacional cresceu 0,9% face a Abril, colocando a inflação homóloga nos 4,8%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga amanhã os valores referentes à evolução do IPC no mês de Junho.