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Boris Johnson confiante em acordo com a UE em julho

O primeiro-ministro, Boris Johnson, afirmou hoje ser possível um acordo com a União Europeia sobre o relacionamento pós-Brexit em julho, garantindo que as posições de Londres e Bruxelas "não estão assim tão distantes".

EPA
15 de Junho de 2020 às 17:12
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"O que dissemos hoje é que quanto mais depressa, melhor. Não há razão para não conseguir concluí-lo em julho", afirmou Johnson, em declarações transmitidas pela estação Sky News após uma reunião de por videoconferência com dirigentes europeus, esta segunda-feira.

Segundo fontes dos dois lados das negociações ouvidas pela Bloomberg, a conversa de cerca de uma hora permitiu aos responsáveis da União Europeia perceber que Boris Johnson está disponível para suavizar a sua posição, o que criou abertura nos parceiros europeus para fazer o mesmo.

Ainda assim, o chefe do Governo britânico terá reiterado a recusa em aceitar a submissão a leis europeias ou ao Tribunal Europeu de Justiça e defendeu a prioridade em dar acesso às aguas de pesca britânicas aos pescadores nacionais. 

Já do lado europeu, Charles Michel reafirmou no Twitter que será preciso encontrar um plano de jogo equilibrado para se fechar qualquer acordo, recusando uma solução à pressa, só para chegar a um entendimento qualquer antes do final do ano.

Negociações retomam a 29 de junho

"Não penso que estejamos assim tão distantes. O que precisamos agora é ver um pouco de energia", afirmou Boris Johnson durante a conversa desta segunda-feira, em que participaram o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli.

Segundo a Bloomberg, haverá nova ronda de negociações a 29 de junho e o primeiro-ministro britânico não colocou uma data fechada para terminar as conversas, apesar de ter deixado claro que o Reino Unido não vai solicitar qualquer extensão ao período de transição que acaba em 31 de dezembro de 2020.

Depois da reunião de alto-nível, ambas as partes sublinharam, num comunicado conjunto na segunda-feira, a "intenção de trabalhar arduamente para concluir um relacionamento que funcione no interesse dos cidadãos da União e do Reino Unido". 

Perante a falta de progresso e um impasse numa série de questões após o final da quarta ronda de negociações, os negociadores chefes europeu, Michel Barnier, e britânico, David Frost, já tinham decidido intensificar as reuniões nas próximas semanas e meses. 

Johnson e os dirigentes europeus admitiram que é "necessário um novo impulso" e aprovaram os planos para intensificar as negociações a partir de julho de forma a "criar condições mais favoráveis para a conclusão e ratificação de um acordo antes do final de 2020". 

"Isto deve incluir, se possível, chegar mais cedo a uma compreensão dos princípios subjacentes a qualquer acordo", vincaram.

O Reino Unido abandonou oficialmente a UE em 31 de janeiro passado, mas permanece dentro do seu espaço económico e regulatório até ao final do ano, durante o chamado período de transição.

Entre os entre os assuntos com mais divergências nas negociações estão o acesso equilibrado a ambos os mercados, a governança da futura parceria, a proteção dos direitos fundamentais e o setor das pescas.

O Governo britânico tinha admitido, em fevereiro, abandonar as negociações para um acordo pós-Brexit se não encontrasse progressos até junho.
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